domingo, 29 de janeiro de 2017

ABELHAS,IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E EXTRATIVISMO SUSTENTÁVEL









Todo o pequeno agricultor deve manter uma colmeia em sua propriedade para aumentar a produtividade das culturas tradicionais, como milho e feijão.

 Em propriedades com presença de abelhas a produtividade dos alimentos dá um salto significativo. Segundo o especialista, elas são insetos que cumprem importante papel na polinização da maioria das plantas das quais a humanidade se alimenta.

 Dois terços da alimentação humana depende da polinização desses insetos para ser produzida. Anualmente calcula-se em U$ 54 bilhões o prejuízo causado para economia mundial em decorrência da deficiência na polinização das plantas cultivadas.

O  físico Albert Einstein disse : “Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça humana.”

 Estudos revelam uma diminuição drástica das populações de abelhas ano após ano. As possíveis causas para são o uso indiscriminado de agrotóxicos, herbicidas e fungicidas, o desmatamento, a poluição, as queimadas e a substituição de florestas nativas por áreas de monoculturas.

Semiárido

No Brasil, a região Nordeste responde por 40% da produção de mel. O País é o nono maior produtor mundial de mel. Os maiores estados produtores são o Ceará, Piauí, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão, Paraíba, Alagoas e Sergipe, sendo o primeiro o maior exportador.

Por causa do clima quente e as fartas floradas nas épocas de chuva o Semiárido é uma região propícia para a apicultura e a meliponicultura. A apicultura é a criação de abelhas com ferrão, conhecidas como africanizadas e trazidas de outros lugares para o Brasil, já a meliponicultura é a criação de abelhas sem ferrão, e são as abelhas nativas.



No Brasil, existem mais de 300 espécies de abelhas sem ferrão, distribuídas por todo o território brasileiro, e em grande parte de toda a faixa tropical e subtropical do planeta. Encontramos meliponídeos nas Américas desde o norte do México até a região central da Argentina.

Sua criação, denominada de meliponicultura, favorece a preservação das plantas nativas, devido à polinização das flores pelas campeiras, abelhas coletoras, além da produção de um mel diferenciado e com características próprias. Ao se movimentarem sobre as flores em busca do pólen, as abelhas promovem a fertilização das plantas, assegurando a sua multiplicação e perpetuação. Seus criadores colhem, indiretamente, os efeitos da polinização: maiores e melhores frutos e sementes, e a produção do mel das colônias, conseqüente desta atividade de coleta.

Além da importância das abelhas nativas na manutenção dos diversos ecossistemas, uma vez que existe um processo evolutivo atrelado e dependente da presença dessas abelhas para a reprodução de diversas espécies vegetais, inúmeras espécies de abelhas sem ferrão existentes no Brasil, apresentam enorme potencial para a produção de mel, como as espécies conhecidas popularmente como tiúba, jandaíra, uruçu, etc.

Apesar do seu potencial produtivo, essas espécies ainda são pouco exploradas comercialmente, considerando seu enorme potencial de criação. Embora a sua capacidade produtiva não possa ser comparada com a produção de mel das abelhas africanizadas, seu mel apresenta maior valor agregado, além da possibilidade de sua criação poder ocorrer próximo das moradias e permitir a participação de todos os membros do módulo familiar, como jovens e mulheres, uma vez que essas abelhas por não apresentarem ferrão, apresentam um grau de periculosidade menor, se comparado com o das abelhas africanizadas.



MANGUEZAIS E CAMPO DE PERI

Além do manguezal, existe uma vegetação típica nos campos alagados, um capim alto ou junco próprio de terreno pantanoso, o Peri. Daí o termo que designa o famoso Campo que margeia os dezenove quilômetros da BR 135 na circunscrição do município de Bacabeira/MA. Peri é o substantivo primitivo de onde deriva a discrepância Perizes. A origem do termo equivocado é desconhecida. Muito provavelmente foi extraída de outro erro: Periz, com “z” no final. Se o termo inicial é Peri, então, segundo a gramática brasileira, forma-se o plural acrescentando-se “s” (e não “z”), resultando, então, o termo Peris. Estaria justificada, assim, a pronúncia Campo de Peris, expressão já usada por muitos.

Os ecossistemas brasileiros possuem muitas características que favorecem a criação das abelhas, como é o caso dos manguezais. Dentre algumas características, podem-se destacar: clima quente; flora rica em espécies fornecedoras de néctar, pólen e resina; floração mais distribuída ao longo do ano e a presença natural de inúmeras espécies de abelhas sem ferrão.

Embora, esse ecossistema apresente inúmeras características favoráveis à criação de abelhas, praticamente não existem estudos que visem à avaliação do seu potencial florístico, como pasto para as abelhas produtoras de mel.

A meliponicultura se enquadra perfeitamente dentro dos conceitos de diversificação e utilização sustentável dos recursos naturais, pois é uma atividade que pode ser integrada ao manejo florestal, plantio de fruteiras e/ou culturas de ciclo curto e, em muitos casos, pode contribuir no aumento da produção agrícola. É uma atividade que necessita de pouco investimento inicial e pode ser desenvolvida em pequenas propriedades rurais, além de permitir que o agricultor ou pescador familiar mantenha suas outras atividades já estabelecidas culturalmente, tendo na nova atividade um complemento de sua renda familiar.

Nas áreas de mangues existentes  as populações locais já vêem explorando as abelhas nativas, embora de modo extrativista e predatório.

Por sua natureza palustre, impeditiva da ocupação humana, durante séculos este ambiente permaneceu relativamente preservado. Entretanto, vem sofrendo agressões pela exploração predatória, através de coleta e captura excessiva de caranguejos, moluscos e pescado, da extração da madeira para uso energético, para obtenção de tanino e material de construção, e do desmatamento para o cultivo de arroz e instalação de salinas.









ESPÉCIES DE ABELHAS E EXPLORAÇÃO DO MEL


A meliponicultura pode ser realizada perto de residências, na cidade ou no campo, uma vez que as abelhas são extremamente dóceis e dificilmente desenvolvem comportamento agressivo.

As espécies mais produtivas são a Uruçu-amarela (Melipona flavolineata); Uruçu-cinzenta (Melipona fasciculata) Jataí ou Mosquito-amarelo (Tetragonisca angustula) (Figura 1). Ainda assim, a quantidade de mel produzida pela meliponicultura é menor em relação à apicultura, variando de 1 a 10 L por enxame por ano, três vezes menor que a produção de mel pela apicultura. Isso ocorre pelo fato destas abelhas serem mais seletivas na escolha do néctar e das flores, o que proporciona ao mel um sabor diferenciado e exótico, contribuindo para um produto de maior valor agregado. Comparado com o mel tradicional, é menos doce, mais fluido (maior umidade) e levemente mais ácido. Embora a produção de mel pelas abelhas sem ferrão seja em menor quantidade, a pouca oferta do produto e o sabor diferenciado tornam o preço até três vezes mais caro quando comparado ao mel tradicional. 


EXTRATIVISMO PREDATÓRIO

A vegetação de mangue, apesar de se constituir num santuário ecológico, vem sendo dizimada gradativamente. Inicialmente, cedeu parte para a instalação de salinas e, atualmente, vem sendo cortada para instalação de roças de arroz, criação extensiva de gado e para a criação intensiva de camarão. Outra pressão que a vegetação do mangue vem sofrendo está relacionada com a atuação dos chamados "meleiros". As árvores com ninhos de abelhas são cortadas, sendo a parte do tronco onde se encontra o ninho levado para a comunidade, onde o mel será usado na fabricação de remédios e garrafadas, utilizadas para a cura de inúmeras enfermidades. Entretanto, na maioria dos casos, apenas a colônia é saqueada para a retirada do mel. Essa prática predatória apresenta um impacto negativo muito grande no ecossistema, uma vez que pela falta de conhecimentos, para a retirada do mel ou mesmo da colônia, as árvores com abelhas são cortadas, e muitas vezes as próprias abelhas morrem, pois, na ânsia de se coletar o mel, são retirados seus discos de crias, sendo simplesmente eliminados, em um verdadeiro saque predatório.

A prática dos "meleiros" pode causar danos irreversíveis na manutenção de inúmeras espécies, pois, diferentemente das abelhas africanizadas que dispõem de aparato defensivo muito eficiente e forte característica enxameatória, as abelhas sem ferrão se mostram muito mais vulneráveis a essa prática predatória, além de apresentarem uma condição de se recuperar após um saque, muitas vezes inferior ao das abelhas africanizadas.

EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS DE FORMA SUSTENTÁVEL


A Embrapa Meio-Norte por meio do Núcleo de Pesquisas com Abelhas - NUPA vem desenvolvendo um projeto de pesquisa, com o apoio financeiro do Banco do Nordeste, por meio do Fundeci, intitulado "Manejo Sustentável de Abelhas Nativas em Área de Resex no Delta do Parnaíba" visando preencher essa lacuna na geração de informações necessárias para a criação de abelhas nativas em manejo racional e sustentável, visando a disponibilização dessa tecnologia para a comunidade local, principalmente para os catadores de caranguejo, como opção de atividade para a geração de renda e consequentemente para a melhoria de suas condições de vida.

Esse projeto tem como um dos objetivos principais o levantamento da flora visitada por essas abelhas e que serve de base para a produção de mel. A identificação e classificação dessa flora específica, assim como a caracterização de seus tipos polínicos servirão de subsídio, juntamente com a análise físico-química dos méis produzidos ao longo do ano, para a devida caracterização desse mel, como forma de agregar valor ao produto final, que terá sua produção e extração devidamente orientada, conforme os preceitos das boas práticas de higiene alimentar.

ALAN CALVET,BIÓLOGO ESPECIALISTA EM SAÚDE PÚBLICA E PROFESSOR DE BIOLOGIA A MAIS DE 15 ANOS.

Iniciação à Meliponicultura: Criação de abelhas sem ferrão.




Assim como na apicultura, a meliponicultura é o nome dado à atividade de criação racional de abelhas, que visa aos aspectos econômicos, sociais e ambientais. A diferença está na espécie empregada. Em apicultura, são criadas abelhas africanas, introduzidas no Brasil durante o período colonial, já na meliponicultura, utilizam-se espécies chamadas meliponíneos, nativas do Brasil. Outro diferencial é que a atividade pode ser exercida por jovens, mulheres e idosos, pois não exige esforço físico e seu manejo é muito simples. É necessária a utilização de roupas especiais, na manipulação da espécie Melipona flavolineata, com o uso de um véu sobre o rosto. A meliponicultura pode ser realizada perto de residências, na cidade ou no campo, uma vez que as abelhas são extremamente dóceis e dificilmente desenvolvem comportamento agressivo.

As espécies mais produtivas são a Uruçu-amarela (Melipona flavolineata); Uruçu-cinzenta (Melipona fasciculata) Jataí ou Mosquito-amarelo (Tetragonisca angustula) (Figura 1). Ainda assim, a quantidade de mel produzida pela meliponicultura é menor em relação à apicultura, variando de 1 a 10 L por enxame por ano, três vezes menor que a produção de mel pela apicultura. Isso ocorre pelo fato destas abelhas serem mais seletivas na escolha do néctar e das flores, o que proporciona ao mel um sabor diferenciado e exótico, contribuindo para um produto de maior valor agregado. Comparado com o mel tradicional, é menos doce, mais fluido (maior umidade) e levemente mais ácido. Embora a produção de mel pelas abelhas sem ferrão seja em menor quantidade, a pouca oferta do produto e o sabor diferenciado tornam o preço até três vezes mais caro quando comparado ao mel tradicional.



Figura 1. Uruçu-amarela (Melipona flavolineata) (A), Uruçu-cinzenta (Melipona fasciculata) (B) e Jataí (Tetragonisca angustula) (C). Fonte: Adaptado de Wikimédia.

As abelhas melíponas, assim como outros insetos sociais (formigas, cupins, vespas) possuem famílias divididas em castas. Caracterizam-se por não construírem células reais, ou seja, todas as rainhas, operárias os machos, nascem e se desenvolvem, até o estágio adulto, dentro de células de cria de igual tamanho. Além disso, a entrada dos ninhos é localizada no centro, feito por uma estrutura de terra ou de resinas vegetais (geoprópolis).

Nos ninhos de abelhas melíponas, constantemente nascem mais de uma rainha, que são responsáveis pela postura dos ovos e coesão da colônia. Os machos participam pouco das atividades da colônia, tendo como função principal a cópula da rainha durante o voo nupcial. São caracterizados por possuirem uma mancha clara na face. As operárias (ou obreiras) são responsáveis pela maioria dos trabalhos como limpeza, produção de cera, alimentação da rainha, enchimento das células com alimento larval, proteção contra inimigos externos, coleta de recursos (néctar, pólen, resina, barro e fibra) e eliminação dos detritos da colônia; são mais robustas e levemente maiores do que os machos e rainhas virgens. O tempo de vida de um indivíduo adulto pode variar de acordo com o clima e o tipo de atividade que desenvolve. Uma operária do gênero Melipona vive em torno de 40 a 52 dias, já uma rainha pode viver de 1 a 2 anos.

Há duas maneiras de criação das abelhas nativas: cortar partes das árvores com o ninho, levar a peça para o local de produção e extrair o mel ou transferir o ninho da árvore para uma caixa de madeira, mais leve e fácil de manejo (Figura 2).



Figura 2. Ninho de abelha melípona transferido e já estabelecido em caixa de madeira.

Fonte: Casa do Produtor Rural (ESALQ/USP).

É recomendável que a transferência do ninho do tronco oco de uma árvore para a caixa racional é recomendável que seja feita no período matinal, para que as abelhas em vôo retornem para a nova caixa ao anoitecer. Com uma ferramenta especializada para corte de troncos de árvores, é aberta cuidadosamente uma janela no tronco para a retirada do ninho.

É extremamente importante que os favos, especialmente os mais novos (de coloração mais escura), não sofram impactos nem sejam virados de cabeça para baixo, pois corre o risco dos ovos e das larvas ficarem imersos no alimento larval, ocasionando a morte. É necessária também a atenção na posição em que o ninho deve ser colocado na caixa. As abelhas sem ferrão constroem uma estrutura de entrada no ninho, típica para cada espécie (Figura 3). Essa estrutura deve ser colocada na entrada da colmeia; caso seja danificada, pode ser usado um canudo feito com o cerume da colônia.



Figura 4. Caixa racional para criação de abelhas sem ferrão.Fonte: Casa do Produtor Rural (ESALQ/USP).



Figura 5. Vista superior dos componentes da caixa racional: tampa (A), ninho (B), sobreninho (C) e melgueira (D).Fonte: Casa do Produtor Rural (ESALQ/USP).



Figura 6. Vista frontal dos componentes da caixa racional: tampa (A), melgueira (B), sobreninho (C) e ninho (D).

A tampa tem a função de proteger e evitar a contaminação da caixa e do mel. Na melgueira ocorre o depósito do mel, porém existe uma lâmina de separação que serve para criar um andar de depósito de alimento (potes de mel e pólen). A lâmina pode ser feita de chapa fina de madeira ou acrílico e deve conter orifícios para a passagem das abelhas de um andar para outro. No ninho e sobreninho estão os discos de cria, onde ocorre a produção e estabelecimento de abelhas.

Para a criação da espécie Jataí (Tetragonisca angustula) é utilizada as dimensões de 12 x 12 x 5 cm para o ninho e sobreninho, e na melgueira 12 x 12 x 3 cm. Ainda no ninho, deve existir um orifício central com espessura de aproximadamente 0,6 cm de diâmetro para a entrada das abelhas nas caixas. O ideal é que a espessura da madeira para a confecção da caixa toda seja de 2 cm.

Para a confecção da caixa é importante verificar as condições físicas da madeira, de forma que não esteja úmida, pois podem atrair insetos, bactérias e fungos que são prejudiciais às melíponas, além disso, deve ser resistente a cupins e, se possível, não muito pesada. As melhores madeiras para a confecção das caixas são o cedro e o mogno, mas várias outras espécies florestais podem ser utilizadas, como o lourinho, andiroba, marupá, louro-faia, angelin, entre outras. Recomeda-se que seja pintada, de preferência com tinta acrílica, que é solúvel em água e bastante resistente. A finalidade da pintura é aumentar o tempo de vida útil da caixa.

É importante também o preparo de armadilhas para o forídeo, moscas inimigas naturais das abelhas e que podem atacá-las, matando-as e diminuindo a produção do ninho. Para isso, deve ser colocada no interior da caixa uma armadilha que consiste num frasco com capacidade aproximada de 40 ml contendo vinagre, de preferência de vinho tinto, com uma tampa furada, com um ou mais furos, de tal forma que permita somente a passagem das moscas. Outra armadilha deve também ser colocada na parte externa da caixa, com um frasco sem tampa contendo vinagre para que as moscas sejam atraídas pelo odor azedo e se afoguem no líquido.

Além dos forídeos, outros inimigos naturais podem prejudicar a meliponicultura. Formigas, escorpiões, lagartixas e grilos podem destruir caixas mal fechadas, assim como, tamanduás, gambás, iraras e outros mamíferos que podem atacar especialmente durante a noite. Uma das principais recomendações é manter as caixas próximas às residências, ou manter um cão de guarda nas proximidades.

A colheita do mel deve ser realizada quando se observar a melgueira quase ou completamente cheia, abrindo a tampa da caixa. Os potes de mel devem ser coletados para a extração do mel e em seguida higienizados e guardados separadamente para que possam ser devolvidos posteriormente para as abelhas. O melhor local para o armazenamento do mel é a geladeira, pois pode fermentar com facilidade, em recipientes de vidro ou plástico bem limpo e esterilizado, para não haver contaminação ou alteração no gosto do produto.

Na impossibilidade de refrigeração do mel, é recomendada a pasteurização, sendo necessário embalar o produto em potes hermeticamente fechados e imergindo em uma panela com água a 75°C por aproximadamente dez minutos. Dentro da panela é necessário que se tenha uma grade metálica no fundo para evitar que o pote fique em contato direto com o excesso da fonte de calor. A temperatura pode ser medida com um termômetro utilizado para fabricação de queijo.





Fontes consultadas

PEREIRA, F. M.; Abelhas sem ferrão: transferência de ninhos para colmeias racionais - Teresina: Embrapa Meio-Norte, 2009. 12p.

NOGUEIRA-NETO, P.; N 778v Vida e Criação de Abelhas indígenas sem ferrão. — São Paulo: Editora Nogueirapis, 1997. 445 p.

VENTURIERI, G. C.; Meliponicultura I: Caixa Racional de Criação. Comunicado Técnico da Embrapa Amazônia Oriental, Belém – PA, n. 123, p. 1-3, 2004.

VENTURIERI, G. C.; Criação de abelhas indígenas sem ferrão / Giorgio Cristino Venturieri. - 2. ed. rev. atual. - Belém, PA: Embrapa Amazônia Oriental, 2008. 60 p.

Elaborado por

Casa do Produtor Rural

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP



Nome do estagiário

Luana Machado Simão

Graduanda em Engenharia Agronômica

Estagiária - Casa do Produtor Rural - ESALQ/USP



Foto de capa: Larissa Barbieri - Casa do Produtor Rural (ESALQ/USP)



Acompanhamento técnico

Fabiana Marchi de Abreu

Engenheira Agrônoma

CREA 5061273747

Casa do Produtor Rural



Coordenação editorial

Marcela Matavelli

Agente de Comunicação

DRT 5421SP

Casa do Produtor Rural

ALAN CALVET,BIÓLOGO ESPECIALISTA EM SAÚDE PÚBLICA E PROFESSOR DE BIOLOGIA A MAIS DE 15 ANOS.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Pets: Atenção a cinomose é contagiosa



A cinomose se trata de uma doença que acomete cães mais jovens em seu primeiro ano de vida, pode também infectar animais mais velhos que por alguma razão não tenham sido imunizados anteriormente com vacinas próprias, ou que por alguma doença seu sistema imunológico se encontra debilitado.

A cinomose pode atingir vários órgãos, é sistêmica, podendo atuar em todo o organismo, é altamente contagiosa. É uma doença causada por um vírus que sobrevive por muito tempo em ambiente seco e frio. Porém é um vírus muito sensível ao calor, luz solar e desinfetantes comuns, dura em média três meses no ambiente após a retirada do portador.



Como é transmitida?

A cinomose se dá através de animais que se contaminam por contato direto com outros animais já infectados, ou pelas vias respiratórias, pelo ar contaminado ou por fômites, que são objetos que já tiveram contato com o portador da cinomose.

A transmissão direta é por secreção do nariz e boca de animais infectados que é a principal fonte de infecção.

Quais são os sintomas da cinomose?

Pode haver perda de apetite, corrimento ocular e nasal, diarréia, vômito e sintomas nervosos (tiques nervosos, convulsões e paralisias), dificuldade de respirar e febre. E de acordo com o estado imunológico do animal como um todo, ele pode vir a óbito.

Basicamente, a doença se apresenta em fases, podendo pular uma delas eventualmente. Inicia-se pela fase respiratória (pneumonia e secreção nasal purulenta, o conhecido pus), e ocular (secreção ocular purulenta, ou remela, em grande quantidade).

Qual o tratamento?

Não existe. O que se pode fazer é usar medicamentos para o controle dos sintomas. É importante que o animal seja mantido em um ambiente limpo, com temperatura agradável e alimentação correta de acordo com as indicações do veterinário.

Como prevenir a cinomose?

A melhor forma de prevenir é a vacinação, que pode ser feita em uma clínica veterinária. Os cães podem ser vacinados com seis meses de idade, filhotes devem receber três doses desta vacina na primeira fase da vida. Posteriormente os cães devem receber uma dose da vacina anualmente.



A cinomose no Brasil

Com uma população canina de mais de 37 milhões, o Brasil conta com, apenas, cerca de 7 milhões de cães vacinados anualmente; o que significa que a maior parte dos cachorros do País permanecem suscetíveis à contaminação da doença.

Embora, periodicamente, haja campanhas especiais para conscientizar a população que tem bichinhos de estimação como parte da família – oferecendo, inclusive, a vacina para os cães de maneira gratuita - o número de vacinações no País ainda deixa muito a desejar; levando em conta que, além da cinomose, há uma série de outras doenças contagiosas e bastante prejudiciais para os animais, que seguem sem proteção.

Com isso, a cinomose segue se espalhando pelo País, sendo que, em algumas cidades específicas – como em Alfenas, em Minas Gerais – o aumento do número de casos da doença tem sido considerável. No mês de junho de 2013, inclusive, o município chegou a ser considerado um local em surto de cinomose, tamanha a quantidade de cães infectados pela doença sendo atendidos pelos médicos veterinários da região.

Mesmo que esse tipo de ocorrência de surto seja, de certa forma, isolado e um tanto quanto pontual no País, a situação é preocupante – tendo em mente que há quase 30 milhões de cachorros não vacinados espalhados pelo Brasil – e, sem que a população se conscientize, esse problema tende a crescer cada vez mais.



A contaminação de cães pela cinomose

Conforme citado anteriormente, a cinomose é uma doença transmitida por um vírus altamente contagioso de tipo RNA – ou seja, que conta com material genético denominado RNA, que pertence a família paramixovirirdae gênero morbilivírus. Poderoso, este vírus pode sobreviver em um ambiente por algum tempo se as condições climáticas forem ideais para isso e o local for frio e seco – sendo que, mesmo em ambientes quentes e úmidos (pouco propícios para a sua sobrevivência), ele pode chegar a viver por cerca de um mês.

Também chamado de vírus CDV – Canine Distemper Virus, o responsável pela cinomose é bastante agressivo e oportunista, e atinge, principalmente, cães que por alguma razão tenham seu sistema imunológico enfraquecido; como filhotes, cães idosos ou que já estejam enfraquecidos em função de alguma outra doença ou problema como o estresse.

Embora possa afetar animais de qualquer idade, no caso dos filhotes a prevalência da doença pode ser maior – principalmente nos que tem idade entre 3 e 6 meses de vida; já que esse período coincide com a perda dos anticorpos maternos presentes no corpo do animal. Entre os profissionais veterinários há, ainda, a crença de que cachorros de raças braquicéfalas (de focinho curto) apresentem uma resistência maior ao problema; no entanto, não há comprovações para essa suspeita.

Podendo, ainda, afetar todo tipo de raça de cão , há algumas tidas como mais suscetíveis à cinomose, incluindo nomes como Husky, Greyhound, Weimaraner, Samoieda e os Malamutes do Alaska.

Destacando uma taxa de mortalidade de até 85% dos cachorros acometidos (nem todos morrem por causa da doença, mas ficam com sintomas neurológicos que acabam levando o animal à eutanásia), a doença terá sua gravidade relacionada, principalmente, à região do corpo do animal que será atacada; com sintomas que se iniciam em sistema respiratório e nos olhos, evoluindo para sistema gastrointestinal e finalmente a pior parte, quando acomete o sistema nervoso.

Não havendo raças, épocas do ano ou gêneros específicos mais propensos para a contaminação, o vírus da cinomose costuma atingir os animais de maneira bastante intensa e, como a evolução da doença é rápida, em alguns casos pode ser fatal para os cães acometidos. Embora haja países em que a doença já é praticamente erradicada, o Brasil não se encaixa nesse perfil – já que apenas uma pequena parcela dos pets caninos do País são vacinados; o que aumenta muito as chances de contaminação.

Felizmente, a cinomose não é considerada uma zoonose e, portanto, não tem a capacidade de atingir seres humanos, que podem interagir com animais doentes sem maiores preocupações. No entanto, a situação muda de figura quando esta interação é entre animais; já que um cão doente pode transmitir a doença para um animal sadio de maneira quase imediata, por meio do contato direto entre eles.

As secreções liberadas pelo animal doente – seja pelas narinas ou pela boca –, além das fezes do cachorro contaminado, são agentes potentes para a transmissão da doença. Até mesmo fômites pode ser responsáveis pela propagação do problema, e alguém que entrou em contato com um cão doente pode levar a doença consigo (em suas roupas ou sapatos, por exemplo) até encontrar outros animais e facilitar a contaminação destes.



A evolução da cinomose nos cachorros



A cinomose é uma doença de evolução bastante rápida nos cães e, cerca de 7 dias após a contaminação, os primeiros sintomas já podem começar a ser notados nos cachorros acometidos. Em muitos casos, a doença se manifesta nos animais de maneira tão agressiva, que as chances de melhora ou cura são praticamente descartadas – já que, quando o diagnóstico é feito, as alterações neurológicas já estão tão avançadas que o tratamento se torna inútil.

No entanto, o nível de agressividade da cinomose em um cão vai depender tanto das regiões afetadas pela doença como do estado em que se encontra o sistema imunológico do cachorro em questão. Animais com a imunidade em níveis adequados, por exemplo, podem chegar a eliminar o vírus sem promover a sua disseminação ou ter sintomas severos da doença – sendo os cães com baixa imunidade os mais prejudicados pelo problema (e os que correm mais riscos de morrer em função da doença).

As áreas ligadas às funções respiratória e digestiva são, na maioria das vezes, as primeiras afetadas pela doença – que, em estágios avançados, chega a alterar o sistema nervoso do animal e provocar quadros irreversíveis, além de sequelas importantes nos casos (raros) em que o animal consegue ser tratado e se recuperar.

Um dos grandes problemas da doença – e que influi muito na piora do quadro do animal infectado – é a variedade de sintomas que ela provoca, dificultando um diagnóstico preciso. Boa parte dos animais que acabam chegando ao óbito, mesmo sendo tratados a partir do surgimento dos primeiros sinais da doença, sofrem por receberem o tratamento errado; que, na maioria das vezes, se concentra em eliminar os sintomas de maneira isolada (já que a origem do problema, até então, é desconhecida).

Ao cuidar de sinais pontuais e sem saber da presença da cinomose, é possível promover uma melhora significativa no animal; no entanto, essa aparente recuperação dura pouco tempo, e os sintomas e consequências da doença ressurgem no animal de maneira ainda mais agressiva.

Independentemente do tipo de tratamento, infelizmente, a cinomose é uma doença que gera uma sobrevida relativamente curta nos animais que conseguem se recuperar e; conforme descrito anteriormente, os cães infectados precisam de medicamentos específicos para ter o máximo de qualidade de vida possível enquanto o mal se espalha.



Como identificar a cinomose no seu pet

Conforme descrito acima, ter o diagnóstico correto é fundamental para que um cão tenha chances de se recuperar da cinomose e poder viver além da doença. Portanto, é essencial que os donos de pets estejam sempre atentos aos principais sinais que ocorrem com o surgimento do problema. Confira, a seguir, uma lista de sintomas comuns aos cachorros infectados pela doença – expostos de maneira crescente, de acordo com a evolução da doença no corpo do animal:
Tosse
Espirros
Febre
Perda de apetite
Apatia (o cão não tem vontade de fazer nada)
Vômitos
Diarreia
Secreções nasais
Secreções oculares (conjuntivite)
Falta de coordenação motora (o cão parece estar “bêbado”, “descadeira”)
Tiques nervosos
Mioclonias (contrações musculares involuntárias)
Convulsões
Paralisia

Vale a pena lembrar que, tanto a evolução de sintomas neurológicos como o surgimento de qualquer tipo de sinal da cinomose varia muito de um caso para o outro e, portanto, não há como prever que tipo de consequências o problema pode causar e nem se a doença irá desencadear sinais perceptíveis até chegar a um nível bastante avançado.

Um dos sinais neurológicos mais característicos da cinomose é a mioclonia – que promove a contração involuntária dos músculos do animal – considerada um sintoma específico da doença e que também pode ocorrer em função de outros problemas causados pelo paramixovírus.

Quando a cinomose chega a afetar o sistema neurológico dos cachorros o quadro já pode ser considerado bem grave, e consequências como meningite, paraplegia e tetraplegia podem ocorrer, assim como um quadro de coma (que, na maioria dos casos, evolui para a morte do animal em pouco tempo). Além destes, sintomas mais variados também podem ocorrer em casos específicos, incluindo abortos e partos prematuros em cadelas, lesões ósseas, alterações no esmalte dentário do cão e infecções diversas.



Conclusão

Devido à agressividade da doença e a facilidade de prevenção não fica nenhuma dúvida em relação ao que deve ser feito: sempre mantenha a vacinação do seu animal em dia e faça visitas frequentes ao médico veterinário.

Alan Calvet é Biólogo com experiência em saúde pública.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Biologia das Baratas!

Baratas são insetos da ordem Blattodea que habitam nosso planeta há pelo menos 320 milhões de anos como indica o registro fóssil da espécie Paleoblatta douvillei. Desde sua origem, sobreviveram às mudanças geoclimáticas ao longo da história da Terra, e colonizaram o planeta como um grupo bem sucedido. Atualmente, existem ao redor de 4.000 espécies viventes, porém, somente 30 delas adaptaram-se ao meio ambiente urbano. Isso representa menos de 1% da diversidade global de baratas, ou seja, um número bem reduzido de espécies são potencialmente sinantrópicas (vivem próximo da moradia humana). Além disso, apenas 4 destas espécies podem ser vetores mecânicos de doenças, já que carregam junto ao corpo patógenos que prejudicam a saúde humana, principalmente o trato gastrointestinal.

De modo geral, as baratas sinantrópicas apresentam corpo oval, largo e achatado, cabeça curta e antenas longas e móveis, com função na comunicação, no reconhecimento do parceiro durante o cortejo de acasalamento e nas percepções de odores. Possuem elevada taxa reprodutiva, já que a fêmea é capaz de gerar dezenas de descendentes de uma única cópula com um macho. Esses insetos são, por excelência, onívoros e forrageiam à procura de comida e água durante à noite, devido a maior proteção contra predadores que a ausência de luz pode proporcionar. Esses insetos habitam o interior de fendas e rachaduras, onde encontram abrigo, calor, umidade e acúmulos de sujeira como restos de comida e entulho.


Entre as espécies sinantrópicas mais comuns de interesse médico estão Periplaneta americana, popularmente denominada de barata americana, barata vermelha, barata voadora ou barata de esgoto; a espécie Blatella germanica também conhecida como barata alemãzinha, “francesinha” ou paulistinha e a Blatta orientalis cujo nome popular é barata oriental. A barata americana é a maior espécie doméstica podendo chegar de 4 a 5 cm de comprimento. Ela apresenta uma coloração avermelhada com um bordo amarelo vivo no escudo protetor da cabeça e as asas, no macho, ultrapassam um pouco o comprimento do abdômen, enquanto que das fêmeas possuem o mesmo comprimento do corpo. Já a barata alemãzinha possui altíssima taxa reprodutiva sendo a espécie de maior freqüência nas cozinhas. É um inseto pequeno com comprimento aproximado de 1,5 cm e apresenta duas faixas longitudinais mais escuras no escudo protetor da cabeça. Por sua vez, a barata oriental, bastante comum no Brasil, caracteriza-se por não voar devido ao reduzido tamanho das suas asas. Têm coloração marrom escuro e os machos medem cerca de 3 a 4 cm de comprimento enquanto as fêmeas por volta de 2 a 3 cm. No Brasil, outras baratas domésticas também podem viver e reproduzir-se junto ao ambiente urbano, entretanto com menor freqüência ou em regiões específicas do País.

A presença dessas baratas no ambiente doméstico pode ser determinada pela observação do animal ou por meio das fezes, ovos ou pelo cheiro que exalam. Estima-se que num ambiente infestado com a espécie Blatella germanica (barata alemãzinha) existam aproximadamente 1.000 indivíduos no local. Por isso, a prevenção é a melhor maneira de evitar infestações.

As baratas sinantrópicas adaptaram-se bem ao meio ambiente urbano e convivem de modo desarmônico com a sociedade humana, já que, além do pavor que representam para algumas pessoas, podem carregar consigo patógenos prejudiciais à saúde. Entretanto, vale ressaltar que no seu ambiente natural esses insetos desempenham o papel ecológico de cicladores de nutrientes e de redução da madeira morta, aspectos fundamentais para manutenção da vida no planeta.

Outros Aspectos Biológicos

O sistema nervoso das baratas segue o padrão dos artrópodes com o gânglio cerebral sendo regionalizado e inervando partes determinadas dos olhos, antenas e peças bucais, bem como, glândulas salivares e musculatura. Corpos glandulares e certas células neurosecretoras regulam o crescimento e a metamorfose. Seu sistema respiratório é composto por traquéias, isto é, um complexo de túbulos que se abrem para o exterior através de pequenas aberturas na parede do corpo e que conduzem o oxigênio do ar diretamente às células. O sangue das baratas é denominado de hemolinfa, um fluído, no geral incolor, contendo células especiais para a coagulação, defesa contra microorganismos e substâncias estranhas, cicatrização e distribuição de nutrientes. Tanto as peças bucais como o trato digestivo têm adaptações à dieta alimentar das baratas e o armazenamento, a síntese e regulação de açúcares, gorduras e proteínas são realizadas por um tecido que recobre o tubo digestório.

Alan George Calvet da Silva,Professor e Biólogo com experiência em saúde pública.
crbio: 107.266/05-D

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Controle de Pragas em Hospitais



O conhecimento popular dita que é inerente a determinadas espécies biológicas serem pragas, contudo, este juízo não é válido. O conceito de praga dita que “é qualquer organismo vivo que cause algum prejuízo ao homem quando ambos compartilham o mesmo ambiente”.

O controle de pragas em um ambiente hospitalar não é uma tarefa fácil, uma vez que se trata de um lugar que está em constante atividade, faz uso diversos recursos que não podem ser contaminados ou danificados no processo de eliminação das infestações, além da presença dos pacientes, muitas vezes extremamente fragilizados e, portanto, mais propensos a contrair algum tipo de infecção.

É importante, antes de se começar a discutir as infestações, fazer uma diferenciação entre uma ocorrência episódica e uma infestação de pragas propriamente dita.

A primeira se dá quando a praga encontra facilidade de acesso e entra no ambiente, mas não encontra condições propícias para o seu desenvolvimento e acaba morrendo ou simplesmente abandonando o ambiente. Já numa infestação, a praga tem acesso às áreas e ali encontram condições adequadas para se desenvolver; essas são as condições necessárias à sobrevivência de todo e qualquer organismo vivo: alimento, água e abrigo. Baseado nisso, vale também ressaltar que qualquer relação feita entre a espécie da praga e o ambiente específico que infesta é falsa. É errado dizer, por exemplo, que ambientes onde há o acúmulo de lixo e outros tipos de descartes são infestados somente por baratas.

Qualquer praga tem possibilidade de infestar qualquer ambiente que lhe forneça as condições ótimas para a sua sobrevivência. É correto dizer, portanto, que as pragas são oportunistas e sua instalação em um ambiente, qualquer que seja, está ligada somente à necessidade biológica de sobrevivência e perpetuação de sua espécie.

Definidos estes pontos vamos, daqui em diante, tratar somente das infestações de pragas, aquelas que necessitam ser diagnosticadas e propriamente contidas.

As pragas que infestam hospitais são as mesmas que ocorrem em outros edifícios. São elas: baratas, ratos, formigas, moscas, pulgas e afins; sendo que o principal problema da presença desses animais em um espaço clínico reside no fato de que são agentes disseminadores mecânicos e/ou biológicos de doenças infectocontagiosas causadas por protozoários, vírus, bactérias e outros microrganismos, além de prejudicarem as condições de esterilização de equipamentos e ambientes.

É possível que uma formiga passe por um local onde existem materiais utilizados em curativos e, em seguida, adentre uma sala esterilizada, podendo colocar o procedimento em risco. Também , a presença desses animais em ambiente hospitalar pode vir a comprometer a imagem da instituição, uma vez que é de domínio público o conceito de que um local designado para o tratamento de enfermos deve ser devidamente higienizado.

Ainda que o maior problema com pragas seja a questão da contaminação e tudo o que isto acarreta, vale destacar que há a possibilidade de insetos se infiltrarem nas instalações elétricas e causar danos aos equipamentos, ou até mesmo um curto-circuito.

É necessária atenção, uma vez que a maioria dos equipamentos de hospitais e clínicas é alimentada por fontes de energia elétrica.

A incidência de pragas depende não somente da higiene e limpeza do local, mas também da sua localização e manutenção. Um hospital localizado, por exemplo, às margens de um rio no qual é frequentemente despejado esgoto, ou ainda próximo a instalações industriais, pode ter uma higienização adequada em suas instalações, entretanto, se seus vizinhos não necessariamente seguirem os mesmos princípios, acabam por ocasionar a migração de ratos, baratas e semelhantes de uma instalação para a outra; ou seja, os bons cuidados dentro do hospital não impedem que as pragas de outros ambientes venham habitar o local.

Seja a infestação de origem interna ou externa ao ambiente hospitalar, para que o problema possa ser diagnosticado e devidamente controlado, a sugestão  é que todo o estabelecimento seja monitorado periodicamente, sendo que as estratégias de controle devem ser aplicadas de acordo com o local e com o tipo de infestação observada. No entanto ainda que a origem da infestação seja principalmente externa, as medidas de higiene dentro das instalações clínicas ajudam a minimizar o problema.

É válido ressaltar que os trabalhadores do estabelecimento são treinados para que possam reconhecer uma infestação (ou o início de uma), visto que a melhor maneira de se perceber a aglomeração de insetos e afins ainda é de forma visual.

É importante,portanto, que grandes hospitais possuam uma equipe diferenciada designada para essa função. Diariamente, é importante que haja no hospital um controlador de pragas treinado e orientado para exercer as ações preventivas.

Atualmente, a abordagem mais moderna para o controle de pragas em instituições de saúde é o Controle Integrado de Pragas. Trata-se de uma abordagem fundamentada na gestão das ocorrências com pragas e seu uso como indicadores ambientais. Pode-se avaliar a qualidade das instalações baseado nas infestações presentes (ou ausentes).

A cada ocorrência deve-se buscar entender as relações ecológicas entre as características biológicas da praga e os fatores ambientais oferecidos no local da infestação.

 Para isso, os hábitos e os ciclos de vida de muitas pragas devem ser compreendidos e as medidas apropriadas para a resolução destes problemas devem ser implementadas. Quando uma população de pragas já está estabelecida, o objetivo mais comum dos programas de controle adotados é a eliminação desta população. Porém, esta atividade só terá sucesso se as condições iniciais que permitiram a ocorrência da infestação sejam eliminadas ou o acesso destas seja completamente bloqueado.”.

Pode-se entender esse processo como o diagnóstico do problema. A partir deste diagnóstico, as medidas preventivas e/ou corretivas são corretamente tomadas.

Os hospitais devem estabelecer medidas de controle em pontos críticos, mais propensos à permissão da entrada de pragas, tais como:

- entrada e armazenamento dos materiais – sejam eles alimentícios ou não;

- práticas de alimentação inadequadas, com geração de resíduos mal acondicionados e em vários locais do hospital;

- destinação, transporte e acondicionamento, inadequados de resíduos;

- entrada de rouparia e outros materiais ou equipamentos;

- armazenamento e coleta adequados de resíduos;

- manutenção do local como vedação dos forros, telhados, frestas, interruptores, etc.;

- janelas e portas sem a devida proteção ou permanentemente abertas;

- presença de goteiras, infiltrações, águas empoçadas, além de tubulação de águas pluviais e bueiros mal conservados;

- má conservação ou manutenção de ralos permanentemente abertos.

O controle integrado visa, fundamentalmente, minimizar a utilização de agentes químicos durante as medidas corretivas. No estágio atual esta abordagem permite, quando devidamente aplicada à redução, uma média de até 85% nos volumes de inseticidas aplicados e mais de 95% no volume de raticidas, quando comparada às técnicas tradicionais. Essa redução é especialmente importante quando se trata de uma instituição de saúde uma vez que, é um local onde há alta concentração de paciente com a saúde extremamente debilitada, além de um número bastante considerável de idosos e crianças – que são o principal público dessas instituições – e é um fato cientificamente conhecido que são mais sensíveis aos efeitos de diversos produtos químicos.

Quando se faz necessária a utilização de produtos químicos, a seleção daqueles que serão utilizados deve ser muito criteriosa. É conhecido que na composição de produtos utilizados no combate a infestações são utilizados entre trinta e quarenta compostos ativos e, dentre estes ingredientes, existem produtos que são reconhecidos como altamente tóxicos, suspeitos de serem cancerígenos, podendo afetar negativamente a reprodução e o desenvolvimento do feto, e de interferirem no funcionamento do sistema endócrino, que faz o controle hormonal do corpo.

O uso de produtos químicos é evitado, além do cuidado para com os pacientes presentes no hospital, pelo fato de que, mesmo não intencionalmente, os pesticidas acabam por erradicar somente os indivíduos menos resistentes, e isso acaba por realizar uma “seleção”.

Devemos perceber que a seleção dos indivíduos mais fortes e mais resistentes presentes na infestação não serão atingidos, mas podem vir a se reinfestar, com um aumento desordenado da população de pragas com indivíduos resistentes aos pesticidas. Pode-se afirmar que o início do tratamento com pesticidas, raticidas e afins pode ser adiado e evitado para que não se acabe criando um círculo vicioso absolutamente incorreto e arriscado para a saúde no ambiente clínico, pois a seleção de indivíduos mais resistentes ao primeiro pesticida iria demandar a aplicação de um produto mais forte para a realização do controle e, na utilização deste, uma nova seleção de pragas seria realizada e assim sucessivamente.

Quando se faz inevitável a utilização de recursos químicos, o controle de pragas e microrganismos em hospitais é feito por empresas terceirizadas e especializadas e deve seguir as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). De acordo com a ANVISA, é de responsabilidade da empresa contratada garantir o mínimo impacto ambiental, a preservação da boa saúde do cliente e do encarregado da aplicação dos produtos. Os produtos utilizados devem ser todos cadastrados na ANVISA e sua manipulação e descarte também é de responsabilidade da empresa contratada.

Apesar da preferência por tratamentos não químicos, é por vezes recomendado que haja uma desinsetização de rotina. Quanto à periodicidade das desinsetizações rotineiras, o ideal é que exista um histórico de informações sobre o local e as ocorrências de pragas.

Cabe ao profissional técnico responsável estabelecer o número de visitas e aplicações de acordo com o que for considerado melhor para o estabelecimento e o cliente. Geralmente, a periodicidade de visitas está diretamente relacionada ao porte do estabelecimento (número de leitos) e à localização do hospital. As visitas podem ser semanais, quinzenais ou mensais.

Tendo em vista que determinadas áreas são mais propensas a desenvolverem uma infestação em relação a outras, há uma periodicidade recomendada para melhor eficiência na identificação e controle dos insetos.

É importante, contudo, lembrar que estas são sugestões. São elas:

- mensalmente, áreas críticas como cozinhas, copas, despensas e redes de esgoto devem ser desinsetizadas;

- a cada dois meses, áreas de cuidados com os pacientes como enfermarias, apartamentos, centros cirúrgicos, CTIs, UTIs, pronto-socorros e consultórios médicos devem ser inspecionados, sendo recomendado pela vigilância sanitária que haja desinsetização ao menos uma vez ao ano;

- os setores administrativos devem passar por inspeção a cada três meses.

O controle citado acima é, na maioria das vezes, realizado com os materiais menos agressivos possíveis, como géis baraticidas e formicidas, ratoeiras, entre outros. Se por alguma eventualidade for necessário um controle químico mais eficiente no ambiente hospitalar, certas medidas devem ser tomadas visando garantir a segurança de todas as pessoas envolvidas ativa ou passivamente no processo, tais como:

- ações de controle químico devem ser de conhecimento da Diretoria Administrativa, que, por sua vez, informará aos setores os horários e locais que serão desinsetizados ou desratizados;

- qualquer ação de controle químico deve estar respaldada em normas e rotinas técnicas, inclusive consultando a Gerência de Controle de Zoonose em caso de dúvidas;



Alan George Calvet da Silva,Professor e Biólogo com experiência em saúde pública.
crbio: 107.266/05-D

DIÁRIO DE BIOLOGIA RESPONDE: Quando a mulher está mais lubrificada na hora de ter relações, ela tem mais chances de engravidar.



A relação sexual entre animais, macho e fêmea, biologicamente, tem a principal função de gerar descendentes, e isso não é diferente para nós, seres humanos. E essa finalidade do sexo é bastante importante. Devido sua importância, evolutivamente, os animais desenvolveram métodos para facilitar a transferência de gametas masculinos para o corpo dos indivíduos femininos nesse momento.

Nos seres humanos, o sexo além de está relacionado ao prazer, também é responsável pela geração de filhos. E durante esse ato, acontecem mudanças tanto no corpo dos homens como no das mulheres e uma dessas mudanças é a lubrificação. Então, qual seria a principal função da lubrificação? E quando a mulher está mais lubrificada na hora de ter relações, ela tem mais chances de engravidar?

A principal função do lubrificante natural produzido pelas mulheres é de ajudar no momento da penetração do órgão genital masculino. Então, é correto dizer que quanto mais lubrificada estiver a mulher, mais chances ela terá de engravidar? Na verdade, não exatamente, pois o lubrificante trabalha a favor da concepção, entretanto, ele não é responsável pela fertilização, ou seja, mesmo que uma mulher não esteja devidamente lubrificada ela também poderá engravidar. No entanto, a umidade no canal vaginal facilita a mobilidade dos espermatozoides, por isso, alguns especialistas garantem que a mulher tem mais chances de ficar grávida quando está mais lubrificada.

A principal função do lubrificante natural produzido pelas mulheres é de ajudar no momento da penetração do órgão genital masculino. 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

EVRA – ADESIVO ANTICONCEPCIONAL


OLÁ GALERINHA!! SE FOR USAR O ANTICONCEPCIONAL SEJA ESSE OU OUTRO PROCURE SEU GINECOLOGISTA,OK...





O adesivo contraceptivo, também conhecido como patch contraceptivo, é um método anticoncepcional baseado na administração dos hormônios estrogênio e progesterona através de um adesivo que precisa ser aplicado à pele. O adesivo anticoncepcional é basicamente a pílula anticoncepcional com administração transdérmica sob a forma de adesivo para a pele.

Exceto pela via de administração dos hormônios, o adesivo e a pílula são métodos quase idênticos, com taxa de eficácia, mecanismo de ação, efeitos colaterais e contraindicações semelhantes.

O adesivo contraceptivo encontra-se no mercado desde 2002 e é vendido sob o nome comercial Evra.

O Evra é um adesivo com uma área de superfície de 20 cm² (4,5 cm x 4,5 cm), que foi desenvolvido para proporcionar a liberação de norelgestromina (progesterona) e de etinilestradiol (estrogênio) de forma contínua na corrente sanguínea. Cada adesivo de Evra contém 6 mg de norelgestromina e 0,6 mg de etinilestradiol.

O adesivo anticoncepcional é composto por três camadas: a camada exterior, que é resistente à água e protege as camadas subjacentes; a camada do meio, que é a parte que contém a medicação e o adesivo em si; e a camada interna, que é basicamente é um revestimento protetor que deve ser destacado antes da aplicação do adesivo na pele

O adesivo deve ser aplicado à pele, preferencialmente no primeiro dia do ciclo menstrual, ou seja, no primeiro dia da menstruação. O dia da semana deve ser memorizado, pois a cada sete dias, o adesivo deve ser retirado e substituído por um novo.

Para facilitar a memorização do dia, alguns médicos sugerem o início do tratamento no primeiro Domingo após o início do ciclo menstrual. O único porém nesta forma é que, se o primeiro Domingo cair depois do 5ª dia de menstruação, o efeito contraceptivo do adesivo só será pleno após o 7ª dia de uso do método. Portanto, nos primeiros 7 dias de uso, será necessário o uso de outro método contraceptivo complementar caso a mulher tenha relações. Quando o adesivo é colocado no primeiro dia da menstruação, a sua eficácia contraceptiva é imediata.


O adesivo pode ser aplicado em diversas áreas do seu corpo, contanto que a pele esteja limpa, seca e não haja muitos pêlos. Em geral, os locais mais utilizados são a face externa do braço, abdômen, coxa, nádegas ou tronco. As mamas devem ser evitadas, pois a absorção local de estrogênio pode causar mastalgia (dor mamária). O patch pode ser usado durante o exercício, banho, natação, sauna ou mesmo na praia. A adesão não é afetada pelo calor, umidade, ou exercício. A capacidade de aderência do adesivo é muito grande e ele não costuma sair espontaneamente.

Uma vez aplicado o adesivo anticoncepcional, o mesmo deve ser substituído por um novo após 1 semana. Esse processo se repete por 3 semanas. Na 4ª semana, a mulher faz uma pausa, ficando 1 semana inteira sem adesivo (ciclo = 21 dias de uso + 7 dias de pausa). Geralmente, é nessa semana de pausa que a menstruação desce, porém, nem todas as mulheres menstruam durante este período. Após 7 dias de pausa, um novo adesivo deve ser colocado, iniciando-se um novo ciclo, mesmo que menstruação ainda esteja presente.

A proteção contra gravidez é contínua, não desaparecendo durante os 7 dias de pausa.


O adesivo anticoncepcional deve ser utilizado exatamente como foi explicado acima. Qualquer problema com a sua aplicação pode provocar falhas no seu efeito contraceptivo.

Atraso no reinício do ciclo

Quando por esquecimento um novo ciclo do adesivo não é iniciado no dia correto, as usuários são instruídas a aplicar um novo patch assim que se lembrarem. Esse dia da semana passa a ser o novo dia para as trocas. Quando ocorre um atraso no reinício do ciclo, é preciso utilizar nos primeiros 7 dias um método contraceptivo alternativo, como a camisinha, caso haja relação sexual.

Atraso no início do segundo ou do terceiro adesivo do ciclo

O correto é trocar o adesivo anticoncepcional a cada 7 dias. Porém, o adesivo ainda é capaz de liberar quantidades satisfatórias de hormônios até o 9º dia de uso. Portanto, há uma janela de 48 horas em que a troca pode ser atrasada sem compromisso do efeito contraceptivo. O dia original de mudança do adesivo se mantém.



Se o atraso for maior que 48 horas, o novo adesivo deve ser aplicado assim que possível, mas o uso de um método contraceptivo alternativo será necessário nos próximos 7 dias. O dia em que a paciente se lembrar de aplicar o patch se tornará o novo dia de mudança.

Atraso na remoção do adesivo antes da pausa

Esquecer-se de remover o terceiro patch a tempo é menos grave que esquecer de remover o primeiro ou segundo adesivos do ciclo. Neste caso, a usuária deve remover o patch assim que se lembrar, não havendo necessidade de alterar o dia do reinício do ciclo (a pausa será mais curta desta forma).

Descolamento do adesivo

O descolamento parcial ou total do adesivo é raro, ocorrendo em menos de 3% dos casos. Em geral, os melhores locais para se aplicar o adesivo são aqueles mais visíveis, para que a mulher possa detectar descolamentos de forma rápida.

Se o adesivo tiver se soltado, totalmente ou parcialmente, por menos de 24 horas, ele pode ser recolocado no mesmo local, contando que a cola ainda esteja funcionado. Se o adesivo não se fixar totalmente à pele, um novo adesivo deve ser utilizado. Como o intervalo foi menor que 24 horas, o dia da próxima troca continua a ser o mesmo. Nunca deve-se utilizar esparadrapos ou qualquer outro tipo de fita adesiva comum para tentar segurar um adesivo anticoncepcional que não está se fixando à pele. Se o adesivo contraceptivo perdeu a capacidade de grudar na pele, ele também perdeu a capacidade de ser um contraceptivo.

Caso o adesivo tenha se descolado, parcialmente ou totalmente, da pele há mais de 24 horas, um novo adesivo deve ser utilizado, e o uso de um método contraceptivo alternativo será necessário nos próximos 7 dias. O dia da semana no qual o novo adesivo é aplicado passa a ser o novo dia de troca.

EFICÁCIA DO ADESIVO CONTRACEPTIVO

O adesivo anticoncepcional é um método contraceptivo extremamente eficaz, com taxas de sucesso semelhantes às da pílula anticoncepcional. Se utilizado de forma correta, isto é, sem atrasos nas trocas e erros na aplicação à pele, a eficácia do método é de 99,7%.

Na prática, porém, muitas mulheres acabam esquecendo a data da troca do adesivo, fato que compromete a eficácia do método. Estudos mostram que a cada 100 mulheres que utilizam o adesivo durante um ano inteiro, 8 acabam engravidando (taxa de 92% de sucesso). As falhas ocorrem exatamente por erros na hora de trocar um adesivo por outro.

Estudos apontam que a eficácia do adesivo é mais baixa em mulheres obesas, principalmente naquelas que pesam mais de 90 quilos. Nesta população, outro método contraceptivo deve ser escolhido.

Como a absorção dos hormônios é feita pela pele, sem passar pelo trato gastrointestinal, a presença de diarreia ou vômitos em nada interfere na ação do adesivo.





EFEITOS COLATERAIS ADESIVO ANTICONCEPCIONAL

Nos primeiros meses de uso, o efeito colateral mais comum do adesivo contraceptivo é a alteração no padrão da menstruação, que pode ser desde aumento no volume menstrual a pequenos sangramentos fora de época ou ausência de menstruação em alguns ciclos. Em geral, os dois primeiros meses são os piores, havendo regularização do quadro após 6 meses na maioria das mulheres. Cerca de 18% das mulheres notam alguma perda de sangue inesperada nos primeiros meses de uso do patch, mas após 6 meses, menos de 5% ainda queixam-se deste problema.

Na verdade, após alguns ciclos, o que a maioria das mulheres nota é uma melhora do padrão menstrual, com regularização da menstruação, redução do volume de sangue perdido e menos sintomas pré-menstruais.

Outros efeitos colaterais comuns do adesivo são a mastalgia dor de cabeça, reação alérgica no local do adesivo, náuseas e cólicas menstruais. Exceto pela dor mamária e pela irritação local na pele, que são mais comuns no adesivo, a frequência dos outros efeitos colaterais é semelhantes nas mulheres que tomam a pílula anticoncepcional.

Para diminuir a incidência de irritação na pele, sugere-se que a cada troca o novo adesivo seja colado em um local diferente da pele.

Assim como ocorre na pílula anticoncepcional, o adesivo contraceptivo não provoca ganho de peso. Um estudo com mais de 800 mulheres demonstrou que após 9 meses de uso do adesivo contraceptivo, o ganho de peso foi semelhante ao grupo controle de mulheres que não usavam o patch. Para saber mais sobre ganho de peso com a pílula anticoncepcional,
O adesivo contraceptivo também não costuma interferir na libido.

RISCOS DO ADESIVO ANTICONCEPCIONAL

Por ser a versão em adesivo da pílula anticoncepcional, o adesivo contraceptivo possui basicamente os mesmos riscos da pílula. Apesar de incomuns, os eventos trombóticos ou cardiovasculares, como infartos e AVC, são as complicações mais temidas do uso de anticoncepcionais hormonais.

Habitualmente, recomendamos que mulheres com fatores de risco para doenças cardiovasculares, tais como diabetes, obesidade, hipertensão, tabagismo, etc. , evitem o uso prolongado de métodos contraceptivos hormonais, incluindo a pílula e o adesivo anticoncepcional.

Nas mulheres jovens e sem fatores de risco, o risco de eventos trombóticos é bem baixo, sendo cerca de 10 casos a cada 10.000 mulheres (0,1%). No caso dos eventos cardiovasculares, o risco é ainda menor, sendo cerca de 2 casos a cada 10.000 mulheres (0,02%). Portanto, os métodos contraceptivos hormonais são bastante seguros se o seu uso for indicado de forma prudente.



ANTIBIÓTICOS CORTAM O EFEITO DO ADESIVO ANTICONCEPCIONAL?

A imensa maioria dos antibióticos pode ser administrada nas mulheres que usam o adesivo contraceptivo sem nenhum risco. Assim como ocorre na pílula anticoncepcional, os antibióticos não provocam perda do efeito contraceptivo do patch. A única exceção é o antibiótico rifampicina (e o seu derivado rifabutina).

Portanto, exceto pela rifampicina, qualquer outro antibiótico pode ser administrado sem preocupações nas pacientes que usam o patch contraceptivo.