domingo, 20 de novembro de 2016

Estudando os grupos sanguíneos - VESTIBULAR










Landsteiner foi um cientista que, ao observar muitos acidentes em transfusões, provou entre 1900 e 1901 que a espécie humana possui grupos sanguíneos diferentes. Notou-se em testes que as hemácias do doador, em alguns casos, aglutinavam em contato com plasma do sangue do paciente.


A partir disso, foi possível relacionar o fenômeno das reações entre anticorpos e antígenos.


Antígenos são todas as substâncias que nosso organismo entende ser um “invasor”, podendo ser uma proteína ou um polissacarídeo e os anticorpos são proteínas encontradas no plasma sanguíneo e têm a função de neutralizar ou destruir a substância invasora. Isso só é possível, pois o anticorpo tem uma forma complementar à do antígeno, sendo a reação antígeno-anticorpo específica.

GRUPOS SANGUÍNEOS



Os seres humanos apresentam quatro grupos sanguíneos:

o Grupo A: Possuem antígeno chamado aglutinogênio A;
o Grupo B: Possuem antígeno chamado aglutinogênio B;
o Grupo AB: Possuem os dois antígenos, aglutinogênio A e B;
o Grupo O: Não possuem nenhum dos dois antígenos.

O gene A (ou IA) determina a formação do aglutinogênio A, o gene B (ou IB) determina a formação do aglutinogênio B, o gene O (ou i) não forma nenhum aglutinogênio e os genes A e B determinam a formação dos alutinogênios A e B. O plasma também possui anticorpos chamadas aglutininas são estas que causam os acidentes em transfusões, pois indivíduos do grupo A possuem aglutininas Anti-B, do grupo B possuem aglutininas Anti-A e os do grupo O possuem as duas aglutininas e os indivíduos AB não possuem nenhuma dessas substâncias (TABELA 1).


GENÓTIPOS GRUPO AGLUTINOGÊNIO (nas hemácias) AGLUTININA (no plasma)
IA IA - IA i A Aglutinogênio A Anti-B
IB IB - IB i B Aglutinogênio B Anti-A
IA IB AB Aglutinogênios AB Nenhuma
ii O Sem aglutinogênio Anti-a e anti-b

Figura 1: pode ser observada aglutinação nos grupo A e AB ao adicionar o soro anti-A e aglutinação do grupo B e AB no soro anti-B (Foto: Reprodução/Colégio Qi)

Para verificar a presença do grupo sanguíneo de um indivíduo, são feitos testes, como se vê na imagem ao lado (Figura 1), colocando uma gota de sangue do indivíduo a ser verificado nas extremidades de cada lâmina e adicionando soro contendo aglutinina Anti-A em uma das extremidades e o soro com aglutinina Anti-B no outro. Assim, pode ser observada a aglutinação de alguns grupos na presença do soro anti-A e/ou anti-B.




TRANSFUSÕES E PATERNIDADE



Em caso de erro na transfusão, o sangue do doador será aglutinado pelo plasma do paciente resultando na obstrução de vasos sanguíneos, contudo os glóbulos brancos do paciente destruirão as hemácias que seriam como “invasoras” para as nossas células de defesa. Ao destruir as hemácias, hemoglobina e outras substâncias são liberadas podendo causar lesões renais, reações alérgicas e outras, o que pode resultar em morte.

Figura 2: cruzamentos possíveis relativos ao sistema ABO (Foto: Colégio Qi)

É possível fazer o cruzamento dos grupos sanguíneos em casos de paternidade duvidosa, contudo não é possível afirmar que o indivíduo é o pai mesmo da criança e sim que o indivíduo não pode ser pai. Por exemplo, fazendo o cruzamento de monoibridismo, a mãe sendo do grupo AB e o suposto pai do grupo O jamais poderão ter um filho AB ou O, no entanto se a criança for do grupo A ou B, não é possível provar que esta é realmente filho desse suposto pai. Também se pode fazer o cruzamento monoibridismo do sistema ABO para verificar os possíveis grupos dos filhos, como no caso na Figura 2.

FATOR RH



O fator Rh depende de um antígeno nas hemácias, é diferente dos aglutinogênios. O Rh+ é responsável pela presença de antígenos, e possui o alelo dominante D (ou Rd) e o Rh- é responsável pela ausência do antígeno e possui alelo d (ou rh). Quando em um casal, um indivíduo possui Rh- possuindo alelo dd e o outro Rh+, Dd há duas possibilidades, sendo 50% Dd (Rh+) e 50% dd (Rh-).


Em casos em que a mãe possua Rh- e o filho Rh+, as hemácias do filho passam para a circulação da mãe, durante a gravidez e, principalmente, durante o parto. O organismo da mãe, então, estimula a produção do anticorpo anti-Rh. Por não ter uma produção rápida, o primeiro filho nascerá sem problemas, mas, em uma próxima gestação, os anticorpos concentrados no sangue da mãe, atravessam a placenta resultando na aglutinação das hemácias do feto. A criança desenvolve uma doença chamada eritoblastose fetal ou doença hemolítica do recém-nascido (DHRN).


Essa doença nos casos mais graves pode levar à morte, pois ocorre aborto involuntário. Se a criança nasce, é submetida a troca gradativa de seu sangue por sangue Rh-, e serão substituídas naturalmente. Outra forma de prevenção é a mãe Rh-, logo após o parto, receber uma aplicação de anti-Rh. Dessa forma, os anticorpos destroem as hemácias positivas deixadas pelo feto e a mãe que continuará sendo Rh- poderá novamente engravidar sem correr risco para o feto, mesmo ele sendo Rh+,pois será como se fosse a primeira gravidez.

sábado, 19 de novembro de 2016

Prófase I da Meiose



A prófase I é dividida em subfases: leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese. É a fase mais longa da meiose, fase onde ocorrem vários fenômenos importantes.



Leptóteno: os cromossomos finos, ainda na forma de cromatina, iniciam a espiralização.





Zigóteno: pareamento de cromossomos homólogos, também chamado de sinapse. Os pares de cromossomos ficam lado a lado, os genes alelos (que determinam o mesmo caráter) pareiam. Cada par de homólogos é chamado de bivalente ou tétrade (dois cromossomos duplicados = 4 cromátides).






Paquíteno: os cromossomos estão mais espiralizados, ficam mais grossos e visíveis ao microscópio óptico comum. Pode ocorre a troca de pedaços entre cromátides homólogas, fenômeno chamado de permutação ou crossing-over (crossover).






Diplóteno: Pode ser observado o quiasma (sobreposição dos pedaços das cromátides que estão sendo trocadas). Os quiasmas são a evidência do crossing-over e podem ser visualizados ao microscópio óptico.







Diacinese: os quiasmas desaparecem porque as trocas são completadas.


http://lucindamorais.blogspot.com.br/
(acessado em 05/07/2012)

Variabilidade: Entendendo o crossing-over !







A principal conseqüência da meiose, sem dúvida, é o surgimento da diversidade entre os indivíduos que são produzidos na reprodução sexuada da espécie.

A relação existente entre meiose e variabilidade é baseada principalmente na ocorrência de crossing-over.


O crossing é um fenômeno que envolve cromátides homólogas. Consiste na quebra dessas cromátides em certos pontos, seguida de uma troca de pedaços correspondentes entre elas.

As trocas provocam o surgimento de novas seqüências de genes ao longo dos cromossomos. Assim, se em um cromossomo existem vários genes combinados segundo uma certa seqüência, após a ocorrência do crossing a combinação pode não ser mais a mesma. Então, quando se pensa no crossing, é comum analisar o que aconteceria, por exemplo, quanto à combinação entre os genes alelos A e a e Be b no par de homólogos ilustrados na figura.

Nessa combinação o gene A e Bencontram-se em um mesmo cromossomo, enquanto a e b estão no cromossomo homólogo. Se a distância de A e B for considerável, é grande a chance de ocorrer uma permuta. E, se tal acontecer, uma nova combinação gênica poderá surgir.

As combinações Ab e aB são novas. São recombinações gênicas que contribuem para a geração de maior variabilidade nas células resultantes da meiose. Se pensarmos na existência de três genes ligados em um mesmo cromossomo (A, b e C, por exemplo), as possibilidades de ocorrência de crossings dependerão da distância em que os genes se encontram – caso estejam distantes, a variabilidade produzida será bem maior.


Outro processo que conduz ao surgimento de variabilidade na meiose é a segregação independente dos cromossomos. Imaginando-se que uma célula com dois pares de cromossomos homólogos (A e a, B e b), se divida por meiose, as quatro células resultantes ao final da divisão poderão ter a seguinte constituição cromossômica: (a e b), (a e B), (A e b) e (A e B).

A variabilidade genética existente entre os organismos das diferentes espécies é muito importante para a ocorrência da evolução biológica. Sobre essa variabilidade é que atua a seleção natural, favorecendo a sobrevivência de indivíduos dotados de características genéticas adaptadas ao meio. Quanto maior a variabilidade gerada na meiose, por meio de recombinação gênica permitida pelo crossing-over, maiores as chances para a ação seletiva do meio.





Na meiose a variação da quantidade de DNA pode ser representada como no gráfico ao lado, partindo-se, por exemplo, de uma célula que tenha uma quantidade 2C de DNA em G1

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Minha menstruação tá muito escura !!


Geralmente a menstruação escura e em pouca quantidade é normal e não indica qualquer problema de saúde, especialmente se surgir no início ou final da menstruação. No entanto, quando este tipo de menstruação é recorrente ou aparece em maior quantidade pode ser sinal de alterações hormonais, problemas no útero, estresse ou doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo.

Além disso, quando a mulher começa a tomar a pílula anticoncepcional pela primeira vez, troca de pílula ou utiliza a pílula do dia seguinte, a menstruação também pode ficar mais escura, voltando ao normal no próximo ciclo.

O que pode ser

A menstruação preta, marrom ou tipo borra de café, pode ser causada por:
1. Útero largo

Além das situações em que a menstruação escura é normal, o útero largo é a causa mais comum do escurecimento do período, acontecendo mais frequentemente em mulheres no pós-parto em que o útero demora muito tempo para voltar ao tamanho normal.

Assim, quando ocorre a mentruação, o sangue se acumula no interior do útero antes de ser expelido, tornando-se mais escuro, grosso e com mais coágulos.
2. Alterações emocionais

Algumas alterações do estado emocional da mulher, como excesso de estresse ou desenvolvimento de depressão, podem afetar a estrutura do útero, diminuindo a espessura das suas paredes. Essa alteração atrasada o descamamento das células e, por isso, facilita a oxidação do sangue, tornando a mentruação mais escura.
3. Alterações hormonais e menopausa

Quando surgem alterações hormonais provocadas por problemas tireoide, ou até mesmo, pela menopausa é muito comum alterações nas características da menstruação. Uma dessas alterações consiste no escurecimento do período e diminuição do fluxo normal.
4. Doenças sexualmente transmissíveis

As doenças sexuais causadas por bactérias, como a gonorreia ou a clamídia, por exemplo, provocam uma degradação mais rápida do sangue da mentruação, tornando o período mais escuro. Além disso, este tipo de menstruação geralmente é acompanhada de cheiro fétido, dor pélvica e febre acima de 38º C.
5. Endometriose e outras condições

A endometriose consiste no crescimento de tecido endometrial fora do útero. Este tipo de problema e outras condições como a adenomiose podem provocar dores frequentes na região pélvica e sangramentos escuros, que podem acontecer tanto dentro como fora da mentruação.

Nestes casos, a menstruação além de escura também é mais prolongada, podendo demorar mais de 7 dias para desaparecer.
Quando deve procurar o médico

Normalmente alterações no sangramento menstrual são normais e não indicam problemas, mas o ginecologista deve ser consultado se também surgirem sintomas ou sinais como:
Período que dura mais de 7 dias;
Ficar sem período por mais de 3 meses;
Ter sangramentos entre os períodos;
Dor na região íntima;
Febre acima de 38º C;
Tonturas;
Palidez na pele ou abaixo das unhas.

Também é importante lembrar que em casos de suspeita de gravidez, o aparecimento de sangramentos escuros, em pedaços ou em grandes quantidades também é motivo para procurar o médico.
Quando pode ser sinal de gravidez

O surgimento de um pequeno sangramento marrom ou vermelho escuro é comum nas primeiras semanas de gravidez, pois está relacionado com o momento em que o embrião se prende nas paredes do útero.

Porém, quando esse sangramento acontece numa fase mais avançada da gestação ou é acompanhado de outros sintomas como dor abdominal, dor no ombro, tonturas ou fraqueza excessiva pode indicar o desenvolvimento de gravidez ectópica ou aborto, sendo recomendado ir no obstetra para confirmar se existe algum problema.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Tenho que contar tudo ao meu ginecologista?



Toda mulher que teve ou tem vida sexual deve consultar o ginecologista uma vez por ano para se submeter a uma avaliação clínica que inclui o exame de toque, o exame pélvico e a coleta do material para o Papanicolau. Independentemente da faixa etária da paciente, a consulta periódica com o ginecologista é tida como item indispensável para a boa saúde e prevenção de doenças.

Os assuntos de sexo são extremamente desconfortáveis para abordar, a não ser para a melhor amiga. Mas o ginecologista precisa estar por dentro de tudo que anda acontecendo na sua vida sexual para decidir os exames a pedir e concluir diagnósticos importantes para a saúde da mulher.

Abaixo temos dez coisas que você “tem” que contar ao seu ginecologista caso esteja acontecendo com você.
1- “Eu não usei camisinha”

Todos sabemos que usar preservativo é indispensável em todas as relações, muitas vezes até com o marido ou namorado é importante não dispensar este item. Mas muitas vezes as mulheres acabam tendo relações desprotegidas e isso é muito importante de ser dito ao seu ginecologista. Os especialistas dizem que muitas doenças são silenciosas e podem não apresentar sintomas por anos. Ou então, a informação pode ser a chave para um sintoma que você pode estar sentindo.
2- “Não consigo ter orgasmo”

O ginecologista precisa saber se você não está conseguindo ter prazer. A informação pode ajudar a investigar as causas do problema. Este também, pode ser um sintoma de algum problema mais grave.
3- “Às vezes tenho sangramento durante a relação”

Mulheres que tem sangramentos repetidos durante a relação não deve esconder isso do médico. Às vezes, como acontece só um traço de sangue, que não persiste a mulher acaba tratando como uma coisa banal. Mas isso, pode representar problemas no colo do útero, infecções e úlceras no canal genital.
4- “Minha menstruação é irregular”

Esta é outra informação que muitas mulheres ignoram e acabam nem comentando com o médico. Mas desequilíbrios hormonais, infecções e cistos podem causar alterações no ciclo menstrual. Essa informação é extremamente importante para que o ginecologista possa investigar algum problema. Inclusive, quando estiver chegando a data de visitar seu médico, anote todas as datas do seu ciclo para que ele tenha mais informações.


5- “Sinto dor durante as relações”

Sentir dores durante as relações é um sinal de que há algo errado com você e deve ser relatado ao ginecologista. O problema pode ter várias causas que serão investigadas e tratadas pelo especialista. Desconforto pode indicar desde doenças cervicais a distúrbios psicológicos.
6- “Sofri abuso”

Este assunto é delicado e quando acontece o que a mulher quer é esquecer. Mas, por mais constrangedor que seja, o abuso também está na lista das coisas que devem ser relatadas ao seu ginecologista. Com essa informação, o especialista poderá dar à mulher toda a assistência necessária para garantir que tudo esteja bem com seu corpo.
7- “Tenho cheiro ruim na genitália”

Uma genitália limpa e saudável, não tem cheiro, é inodora. Mal cheiro nos órgãos genitais é um sinal de que algo está errado. Mais comumente, os odores de corrimento são causados por vaginite, uma inflamação das células do revestimento do canal genital, ocorre quando o equilíbrio normal de bactérias, protozoários e leveduras é perturbado por um fator externo. Em casos mais extremos pode representar uma infecção pélvica e até câncer de útero. Por isso, nunca deixe de contar se estiver com mal cheiro.
8- “Penso em ser mãe”

As mulheres que pensam em engravidar em um futuro, mesmo que ele não seja tão próximo, devem conversar sobre isso com o seu ginecologista. Além de indicar hábitos que não prejudiquem a fertilidade, o especialista pode pedir exames e indicar tratamentos específicos para esse fim.


9- “Eu uso drogas ou suplementos”

Sim, o ginecologista precisa saber disso também. O uso de suplementos, medicamentos e até mesmo drogas ilícitas ou não deve ser compartilhado com o médico, pois algumas dessas substâncias causam alterações no corpo da mulher, principalmente durante a gestação.
10- “Tenho muitos parceiros”

É uma informação íntima, mas deve sim ser compartilhada com seu médico, principalmente se estiver com as relações agitadas com diferentes parceiros. Mesmo que ele não pergunte, é preciso revelar também quantos parceiros você teve ou mantém recentemente. Isso ajuda o médico a direcionar melhor o atendimento.

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