sexta-feira, 24 de março de 2017

Controle Biológico da Dengue : Peixe barrigudinho




O lebiste ou guppy é originário da América do Sul e Central, mais precisamente de estuários localizados em Barbados, Trinidad Tobago, Venezuela, Guianas e porção norte do Brasil. Conhecidos também por Peixe Arco-íris, Barrigudinho, Bandeirinha e Sarapintado encontram-se hoje espalhados por todo o mundo. Antes de ser classificado cientificamente como Poecilia reticulata, o Lebiste já foi conhecido por Girardinus guppyi e Lebistes reticulatus. O nomeGuppy é na verdade o sobrenome de Robert J.L Guppy que foi homenageado pelo naturalista inglês Guenther, que recebeu de Robert os primeiros peixes coletados na América Central no ano de 1860. Já o nome popular Lebiste deriva do gênero Lebistes ao qual pertencia. Pertence a família dos Poecilidae (Poecilídeos) da qual também fazem parte Molinésias, Platys e Espadas.
Conhecido como lebiste selvagem ou barrigudinho, o peixe é bem pequeno: mede apenas quatro centímetros, mas revelou-se uma arma importante no combate à dengue. Ele se alimenta das larvas deixadas pelo mosquito e interrompe o ciclo de reprodução do inseto. Na cidade, a prefeitura despeja o animal em piscinas sem uso e em tanques, onde não é possível larvecidas.








Peixe é usado como alternativa no combate à
dengue em Alfenas (MG) (Foto: Reprodução EPTV)

"Ele é um animal que realmente se alimenta dessas larvas e pulpas. A vida dele, por exemplo, é em torno de um ano e meio, dois anos. É um animal pequeno, tem poucos centímetros, são 2, 3, 4 centímentos no máximo, no caso das fêmeas. O macho é um pouquinho menor. E a característica dele é sobreviver em locais com muita matéria orgânica e com uma quantidade de oxigênio um pouco mais reduzida do que outros peixes poderiam sobreviver".

 O  lebiste é um método de combate mais barato e ecológico, já que um peixe consegue comer até 100 larvas do mosquito. "Em alguns locais que se tem colocado, a eficácia dele é boa. Desde que não tenha interferências. A gente coloca em um determinado local, se as pessoas jogarem algum produto químico ou cobrirem o local, realmente pode ter a mortandade desses animais, mas ficando em um local praticamente ao natural, ele consegue sobreviver constantemente".




Na empresa do Antônio Carlos dos Reis, o tanque é usado para lavar peças, mas a água parada sempre foi motivo de preocupação. “Se não tivesse os peixinhos, eu não poderia ter isso aqui. Teria que estar tampado", comentou.

Já para o coordenador da Vigilância em Saúde, Denis de Oliveira Rodrigues, é importante também não descuidar do mosquito da dengue e das outras formas de prevenção, já que o peixe é usado onde os outros meios de combate não atuam.

"O controle biológico é uma medida alternativa nos lugares onde a gente não tem tanta condição de utilizar veneno ou fazer a eliminação do criadouro. A medida em casa é eliminar a água parada. Não deixar água nos pratos de plantas, vasos de plantas, eliminar a água das calhas, deixar caixas d'águas tampadas".
Peixes são colocados em tanques para evitar a proliferação do mosquito (Foto: Reprodução EPTV)

Alan Calvet,Biólogo e Professor com experiência em saúde pública e docente a mais de 15 anos.

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