Todo o pequeno agricultor deve manter uma colmeia em sua propriedade para aumentar a produtividade das culturas tradicionais, como milho e feijão.
Em propriedades com presença de abelhas a produtividade dos alimentos dá um salto significativo. Segundo o especialista, elas são insetos que cumprem importante papel na polinização da maioria das plantas das quais a humanidade se alimenta.
Dois terços da alimentação humana depende da polinização desses insetos para ser produzida. Anualmente calcula-se em U$ 54 bilhões o prejuízo causado para economia mundial em decorrência da deficiência na polinização das plantas cultivadas.
O físico Albert Einstein disse : “Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça humana.”
Estudos revelam uma diminuição drástica das populações de abelhas ano após ano. As possíveis causas para são o uso indiscriminado de agrotóxicos, herbicidas e fungicidas, o desmatamento, a poluição, as queimadas e a substituição de florestas nativas por áreas de monoculturas.
Semiárido
No Brasil, a região Nordeste responde por 40% da produção de mel. O País é o nono maior produtor mundial de mel. Os maiores estados produtores são o Ceará, Piauí, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão, Paraíba, Alagoas e Sergipe, sendo o primeiro o maior exportador.
Por causa do clima quente e as fartas floradas nas épocas de chuva o Semiárido é uma região propícia para a apicultura e a meliponicultura. A apicultura é a criação de abelhas com ferrão, conhecidas como africanizadas e trazidas de outros lugares para o Brasil, já a meliponicultura é a criação de abelhas sem ferrão, e são as abelhas nativas.
No Brasil, existem mais de 300 espécies de abelhas sem ferrão, distribuídas por todo o território brasileiro, e em grande parte de toda a faixa tropical e subtropical do planeta. Encontramos meliponídeos nas Américas desde o norte do México até a região central da Argentina.
Sua criação, denominada de meliponicultura, favorece a preservação das plantas nativas, devido à polinização das flores pelas campeiras, abelhas coletoras, além da produção de um mel diferenciado e com características próprias. Ao se movimentarem sobre as flores em busca do pólen, as abelhas promovem a fertilização das plantas, assegurando a sua multiplicação e perpetuação. Seus criadores colhem, indiretamente, os efeitos da polinização: maiores e melhores frutos e sementes, e a produção do mel das colônias, conseqüente desta atividade de coleta.
Além da importância das abelhas nativas na manutenção dos diversos ecossistemas, uma vez que existe um processo evolutivo atrelado e dependente da presença dessas abelhas para a reprodução de diversas espécies vegetais, inúmeras espécies de abelhas sem ferrão existentes no Brasil, apresentam enorme potencial para a produção de mel, como as espécies conhecidas popularmente como tiúba, jandaíra, uruçu, etc.
Apesar do seu potencial produtivo, essas espécies ainda são pouco exploradas comercialmente, considerando seu enorme potencial de criação. Embora a sua capacidade produtiva não possa ser comparada com a produção de mel das abelhas africanizadas, seu mel apresenta maior valor agregado, além da possibilidade de sua criação poder ocorrer próximo das moradias e permitir a participação de todos os membros do módulo familiar, como jovens e mulheres, uma vez que essas abelhas por não apresentarem ferrão, apresentam um grau de periculosidade menor, se comparado com o das abelhas africanizadas.
Em propriedades com presença de abelhas a produtividade dos alimentos dá um salto significativo. Segundo o especialista, elas são insetos que cumprem importante papel na polinização da maioria das plantas das quais a humanidade se alimenta.
Dois terços da alimentação humana depende da polinização desses insetos para ser produzida. Anualmente calcula-se em U$ 54 bilhões o prejuízo causado para economia mundial em decorrência da deficiência na polinização das plantas cultivadas.
O físico Albert Einstein disse : “Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça humana.”
Estudos revelam uma diminuição drástica das populações de abelhas ano após ano. As possíveis causas para são o uso indiscriminado de agrotóxicos, herbicidas e fungicidas, o desmatamento, a poluição, as queimadas e a substituição de florestas nativas por áreas de monoculturas.
Semiárido
No Brasil, a região Nordeste responde por 40% da produção de mel. O País é o nono maior produtor mundial de mel. Os maiores estados produtores são o Ceará, Piauí, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão, Paraíba, Alagoas e Sergipe, sendo o primeiro o maior exportador.
Por causa do clima quente e as fartas floradas nas épocas de chuva o Semiárido é uma região propícia para a apicultura e a meliponicultura. A apicultura é a criação de abelhas com ferrão, conhecidas como africanizadas e trazidas de outros lugares para o Brasil, já a meliponicultura é a criação de abelhas sem ferrão, e são as abelhas nativas.
No Brasil, existem mais de 300 espécies de abelhas sem ferrão, distribuídas por todo o território brasileiro, e em grande parte de toda a faixa tropical e subtropical do planeta. Encontramos meliponídeos nas Américas desde o norte do México até a região central da Argentina.
Sua criação, denominada de meliponicultura, favorece a preservação das plantas nativas, devido à polinização das flores pelas campeiras, abelhas coletoras, além da produção de um mel diferenciado e com características próprias. Ao se movimentarem sobre as flores em busca do pólen, as abelhas promovem a fertilização das plantas, assegurando a sua multiplicação e perpetuação. Seus criadores colhem, indiretamente, os efeitos da polinização: maiores e melhores frutos e sementes, e a produção do mel das colônias, conseqüente desta atividade de coleta.
Além da importância das abelhas nativas na manutenção dos diversos ecossistemas, uma vez que existe um processo evolutivo atrelado e dependente da presença dessas abelhas para a reprodução de diversas espécies vegetais, inúmeras espécies de abelhas sem ferrão existentes no Brasil, apresentam enorme potencial para a produção de mel, como as espécies conhecidas popularmente como tiúba, jandaíra, uruçu, etc.
Apesar do seu potencial produtivo, essas espécies ainda são pouco exploradas comercialmente, considerando seu enorme potencial de criação. Embora a sua capacidade produtiva não possa ser comparada com a produção de mel das abelhas africanizadas, seu mel apresenta maior valor agregado, além da possibilidade de sua criação poder ocorrer próximo das moradias e permitir a participação de todos os membros do módulo familiar, como jovens e mulheres, uma vez que essas abelhas por não apresentarem ferrão, apresentam um grau de periculosidade menor, se comparado com o das abelhas africanizadas.
MANGUEZAIS E CAMPO DE PERI
Além do manguezal, existe uma vegetação típica nos campos alagados, um capim alto ou junco próprio de terreno pantanoso, o Peri. Daí o termo que designa o famoso Campo que margeia os dezenove quilômetros da BR 135 na circunscrição do município de Bacabeira/MA. Peri é o substantivo primitivo de onde deriva a discrepância Perizes. A origem do termo equivocado é desconhecida. Muito provavelmente foi extraída de outro erro: Periz, com “z” no final. Se o termo inicial é Peri, então, segundo a gramática brasileira, forma-se o plural acrescentando-se “s” (e não “z”), resultando, então, o termo Peris. Estaria justificada, assim, a pronúncia Campo de Peris, expressão já usada por muitos.
Os ecossistemas brasileiros possuem muitas características que favorecem a criação das abelhas, como é o caso dos manguezais. Dentre algumas características, podem-se destacar: clima quente; flora rica em espécies fornecedoras de néctar, pólen e resina; floração mais distribuída ao longo do ano e a presença natural de inúmeras espécies de abelhas sem ferrão.
Embora, esse ecossistema apresente inúmeras características favoráveis à criação de abelhas, praticamente não existem estudos que visem à avaliação do seu potencial florístico, como pasto para as abelhas produtoras de mel.
A meliponicultura se enquadra perfeitamente dentro dos conceitos de diversificação e utilização sustentável dos recursos naturais, pois é uma atividade que pode ser integrada ao manejo florestal, plantio de fruteiras e/ou culturas de ciclo curto e, em muitos casos, pode contribuir no aumento da produção agrícola. É uma atividade que necessita de pouco investimento inicial e pode ser desenvolvida em pequenas propriedades rurais, além de permitir que o agricultor ou pescador familiar mantenha suas outras atividades já estabelecidas culturalmente, tendo na nova atividade um complemento de sua renda familiar.
Nas áreas de mangues existentes as populações locais já vêem explorando as abelhas nativas, embora de modo extrativista e predatório.
Por sua natureza palustre, impeditiva da ocupação humana, durante séculos este ambiente permaneceu relativamente preservado. Entretanto, vem sofrendo agressões pela exploração predatória, através de coleta e captura excessiva de caranguejos, moluscos e pescado, da extração da madeira para uso energético, para obtenção de tanino e material de construção, e do desmatamento para o cultivo de arroz e instalação de salinas.
Os ecossistemas brasileiros possuem muitas características que favorecem a criação das abelhas, como é o caso dos manguezais. Dentre algumas características, podem-se destacar: clima quente; flora rica em espécies fornecedoras de néctar, pólen e resina; floração mais distribuída ao longo do ano e a presença natural de inúmeras espécies de abelhas sem ferrão.
Embora, esse ecossistema apresente inúmeras características favoráveis à criação de abelhas, praticamente não existem estudos que visem à avaliação do seu potencial florístico, como pasto para as abelhas produtoras de mel.
A meliponicultura se enquadra perfeitamente dentro dos conceitos de diversificação e utilização sustentável dos recursos naturais, pois é uma atividade que pode ser integrada ao manejo florestal, plantio de fruteiras e/ou culturas de ciclo curto e, em muitos casos, pode contribuir no aumento da produção agrícola. É uma atividade que necessita de pouco investimento inicial e pode ser desenvolvida em pequenas propriedades rurais, além de permitir que o agricultor ou pescador familiar mantenha suas outras atividades já estabelecidas culturalmente, tendo na nova atividade um complemento de sua renda familiar.
Nas áreas de mangues existentes as populações locais já vêem explorando as abelhas nativas, embora de modo extrativista e predatório.
Por sua natureza palustre, impeditiva da ocupação humana, durante séculos este ambiente permaneceu relativamente preservado. Entretanto, vem sofrendo agressões pela exploração predatória, através de coleta e captura excessiva de caranguejos, moluscos e pescado, da extração da madeira para uso energético, para obtenção de tanino e material de construção, e do desmatamento para o cultivo de arroz e instalação de salinas.
ESPÉCIES DE ABELHAS E EXPLORAÇÃO DO MEL
A meliponicultura pode ser realizada perto de residências, na cidade ou no campo, uma vez que as abelhas são extremamente dóceis e dificilmente desenvolvem comportamento agressivo.
As espécies mais produtivas são a Uruçu-amarela (Melipona flavolineata); Uruçu-cinzenta (Melipona fasciculata) Jataí ou Mosquito-amarelo (Tetragonisca angustula) (Figura 1). Ainda assim, a quantidade de mel produzida pela meliponicultura é menor em relação à apicultura, variando de 1 a 10 L por enxame por ano, três vezes menor que a produção de mel pela apicultura. Isso ocorre pelo fato destas abelhas serem mais seletivas na escolha do néctar e das flores, o que proporciona ao mel um sabor diferenciado e exótico, contribuindo para um produto de maior valor agregado. Comparado com o mel tradicional, é menos doce, mais fluido (maior umidade) e levemente mais ácido. Embora a produção de mel pelas abelhas sem ferrão seja em menor quantidade, a pouca oferta do produto e o sabor diferenciado tornam o preço até três vezes mais caro quando comparado ao mel tradicional.
As espécies mais produtivas são a Uruçu-amarela (Melipona flavolineata); Uruçu-cinzenta (Melipona fasciculata) Jataí ou Mosquito-amarelo (Tetragonisca angustula) (Figura 1). Ainda assim, a quantidade de mel produzida pela meliponicultura é menor em relação à apicultura, variando de 1 a 10 L por enxame por ano, três vezes menor que a produção de mel pela apicultura. Isso ocorre pelo fato destas abelhas serem mais seletivas na escolha do néctar e das flores, o que proporciona ao mel um sabor diferenciado e exótico, contribuindo para um produto de maior valor agregado. Comparado com o mel tradicional, é menos doce, mais fluido (maior umidade) e levemente mais ácido. Embora a produção de mel pelas abelhas sem ferrão seja em menor quantidade, a pouca oferta do produto e o sabor diferenciado tornam o preço até três vezes mais caro quando comparado ao mel tradicional.
VEJA LINK: http://alancalvet.blogspot.com/2017/01/iniciacao-meliponicultura-criacao-de.html?spref=fb
EXTRATIVISMO PREDATÓRIO
A vegetação de mangue, apesar de se constituir num santuário ecológico, vem sendo dizimada gradativamente. Inicialmente, cedeu parte para a instalação de salinas e, atualmente, vem sendo cortada para instalação de roças de arroz, criação extensiva de gado e para a criação intensiva de camarão. Outra pressão que a vegetação do mangue vem sofrendo está relacionada com a atuação dos chamados "meleiros". As árvores com ninhos de abelhas são cortadas, sendo a parte do tronco onde se encontra o ninho levado para a comunidade, onde o mel será usado na fabricação de remédios e garrafadas, utilizadas para a cura de inúmeras enfermidades. Entretanto, na maioria dos casos, apenas a colônia é saqueada para a retirada do mel. Essa prática predatória apresenta um impacto negativo muito grande no ecossistema, uma vez que pela falta de conhecimentos, para a retirada do mel ou mesmo da colônia, as árvores com abelhas são cortadas, e muitas vezes as próprias abelhas morrem, pois, na ânsia de se coletar o mel, são retirados seus discos de crias, sendo simplesmente eliminados, em um verdadeiro saque predatório.
A prática dos "meleiros" pode causar danos irreversíveis na manutenção de inúmeras espécies, pois, diferentemente das abelhas africanizadas que dispõem de aparato defensivo muito eficiente e forte característica enxameatória, as abelhas sem ferrão se mostram muito mais vulneráveis a essa prática predatória, além de apresentarem uma condição de se recuperar após um saque, muitas vezes inferior ao das abelhas africanizadas.
A vegetação de mangue, apesar de se constituir num santuário ecológico, vem sendo dizimada gradativamente. Inicialmente, cedeu parte para a instalação de salinas e, atualmente, vem sendo cortada para instalação de roças de arroz, criação extensiva de gado e para a criação intensiva de camarão. Outra pressão que a vegetação do mangue vem sofrendo está relacionada com a atuação dos chamados "meleiros". As árvores com ninhos de abelhas são cortadas, sendo a parte do tronco onde se encontra o ninho levado para a comunidade, onde o mel será usado na fabricação de remédios e garrafadas, utilizadas para a cura de inúmeras enfermidades. Entretanto, na maioria dos casos, apenas a colônia é saqueada para a retirada do mel. Essa prática predatória apresenta um impacto negativo muito grande no ecossistema, uma vez que pela falta de conhecimentos, para a retirada do mel ou mesmo da colônia, as árvores com abelhas são cortadas, e muitas vezes as próprias abelhas morrem, pois, na ânsia de se coletar o mel, são retirados seus discos de crias, sendo simplesmente eliminados, em um verdadeiro saque predatório.
A prática dos "meleiros" pode causar danos irreversíveis na manutenção de inúmeras espécies, pois, diferentemente das abelhas africanizadas que dispõem de aparato defensivo muito eficiente e forte característica enxameatória, as abelhas sem ferrão se mostram muito mais vulneráveis a essa prática predatória, além de apresentarem uma condição de se recuperar após um saque, muitas vezes inferior ao das abelhas africanizadas.
EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS DE FORMA SUSTENTÁVEL
A Embrapa Meio-Norte por meio do Núcleo de Pesquisas com Abelhas - NUPA vem desenvolvendo um projeto de pesquisa, com o apoio financeiro do Banco do Nordeste, por meio do Fundeci, intitulado "Manejo Sustentável de Abelhas Nativas em Área de Resex no Delta do Parnaíba" visando preencher essa lacuna na geração de informações necessárias para a criação de abelhas nativas em manejo racional e sustentável, visando a disponibilização dessa tecnologia para a comunidade local, principalmente para os catadores de caranguejo, como opção de atividade para a geração de renda e consequentemente para a melhoria de suas condições de vida.
Esse projeto tem como um dos objetivos principais o levantamento da flora visitada por essas abelhas e que serve de base para a produção de mel. A identificação e classificação dessa flora específica, assim como a caracterização de seus tipos polínicos servirão de subsídio, juntamente com a análise físico-química dos méis produzidos ao longo do ano, para a devida caracterização desse mel, como forma de agregar valor ao produto final, que terá sua produção e extração devidamente orientada, conforme os preceitos das boas práticas de higiene alimentar.
ALAN CALVET,BIÓLOGO ESPECIALISTA EM SAÚDE PÚBLICA E PROFESSOR DE BIOLOGIA A MAIS DE 15 ANOS.