segunda-feira, 4 de abril de 2016

Vamos ESTUDAR o sistema CARDIOVASCULAR !!?


O coração


Todas as células do corpo precisam de alimentos e oxigênio. Precisam também lançar para fora os resíduos de suas atividades. Todas elas estão envolvidas por um meio líquido com o qual trocam substâncias.








Como a maioria de nossas células está fixa em tecidos, é necessário que o líquido esteja em movimento. Se assim não fosse, logo se esgotariam o alimento e o oxigênio do líquido e ele ficaria poluído com os resíduos celulares.



O líquido que rodeia as células não é o sangue, mas vem dele e vai para ele permanentemente.


O sistema cardiovascular é um conjunto de tubos (vasos sanguíneos) que transporta o san­gue bombeado pelo coração para todas as partes do corpo. Esse sistema distribui nutrientes e oxigênio às células e remove os resíduos. Quando o coração para de bombear, o oxigênio se esgota nas células, elas ficam poluídas com resíduos e a pessoa morre em pouco tempo.


O coração de um adulto bate em uma frequência média de 75 vezes por minuto. Nesse tem­po, bombeia os 5 litros de sangue que uma pessoa tem. O esforço físico ou um susto aumentam a frequência dos batimentos cardíacos.


O coração está dentro da caixa torácica, entre os pulmões, logo atrás do osso esterno. Tem o tamanho e a forma de uma mão fechada e está um pouco inclinado para a esquerda em um espaço chamado de mediastínico.


O coração é um músculo com cavidades ligadas a vasos. O músculo que forma o coração é o miocárdio. Internamente ele é revestido por uma mucosa – o endocárdio. Em torno do coração está o pericárdio, uma dupla capa serosa.
As cavidades e válvulas do coração


No coração as cavidades superiores são os átrios onde chegam veias trazendo sangue. As inferiores são os ventrículos, de onde saem artérias que levam sangue para os órgãos. O sangue do lado esquerdo não se mistura com o sangue do lado direito.





A válvula tricúspide permite a passagem do sangue do átrio direito (AD) para o ventrículo direito (VD). A válvula bicúspide permite a passagem do sangue do átrio esquerdo (AE) para o ventrículo esquerdo (VE). As válvulas semilunares controlam a saída do sangue do coração.
Vasos sanguíneos


As veias trazem sangue para o coração. As artérias levam sangue do coração para os órgãos. Do ventrículo direito sai a artéria pulmonar, que leva sangue para os alvéolos pulmonares. No ventrículo esquerdo começa a artéria aorta, que distribui o sangue oxigenado para todas as partes do corpo.





Da artéria aorta saem artérias menores, que levam o sangue para os órgãos do corpo. As artérias renais, por exemplo, saem da aorta e penetram nos rins.


Quando chegam ao órgão, essas artérias ramificam-se, formando as arteríolas. Estas tam­bém se ramificam e formam tubinhos muito finos, os capilares. Embora o termo capilar se refira ao fio de cabelo, os capilares são mais finos do que ele.


Os capilares são formados por uma camada de células e através deles acontecem trocas en­tre o sangue e o líquido que banha as células dos tecidos do corpo.


Mais à frente acontece o con­trário da ramificação: a unificação dos capilares. Eles vão se unindo e formam vasos mais grossos, as vê- nulas, que também se fundem até formar um vaso único na saída do órgão: uma veia.


As artérias possuem músculos espessos, que se contraem e dila­tam com a pressão do bombeamento do sangue que sai do coração. As veias têm músculos delgados e com menor capacidade de contração, já que transportam o sangue que sai dos órgãos sem grande pressão.


O sangue caminha pelas veias sempre para diante, pois nelas há válvulas que impedem seu retorno.
Os caminhos do sangue


O sistema cardiovascular é um circuito fechado. O sangue percorre continuamente os vários vasos e órgãos, sempre num mesmo sentido.


Para descrever o caminho do sangue no sistema circulatório, começaremos pelas veias, que saem dos órgãos.


A veia de cada órgão recebe o sangue que passou por ele. Esse sangue contém pouco oxi­gênio e muito gás carbônico, que é o resultado das trocas que aconteceram entre os capilares


e as células do órgão. Esse é o chamado sangue venoso.


Todas as veias terminam desembocando em apenas uma: a veia cava.


A veia cava tem um ramo superior, que recebe sangue da cabeça e dos braços, e um ramo inferior, que recebe sangue das pernas e dos órgãos internos.


A veia cava desemboca no átrio direito do coração, onde lança sangue venoso.


Quando o átrio direito se enche de sangue, ele se contrai e força a passagem do sangue através da válvula tricúspide. A válvula se abre e o sangue passa para dentro do ventrículo di­reito, enchendo-o. O ventrículo direito então se contrai e a válvula semilunar, não suportando a pressão, abre-se e deixa o sangue penetrar na artéria pulmonar.


As artérias pulmonares se ramificam e formam os capilares que circundam os alvéolos dos pulmões, onde ocorre a hematose.


O sangue, que era venoso, perde gás carbônico e ganha oxigênio, transformando-se em sangue arterial.


Dos pulmões o sangue arterial é transportado pelas veias pulmonares, chegando ao átrio esquerdo. Quando ele está cheio, contrai-se e lança o sangue para o ventrículo esquerdo atra­vés da válvula atrioventricular esquerda (biscúpede ou mitral).


O ventrículo esquerdo, cheio de sangue arterial, se contrai fortemente e impulsiona o san­gue através da válvula semilunar, que abre a entrada da artéria aorta.


O sangue percorre a aorta sob forte pressão e penetra nas artérias que se dirigem aos ór­gãos do corpo.
Caminho do sangue no coração


No órgão, a artéria se ramifi­ca e forma os capilares, que ficam em contato com o líquido que há entre as células. Ocorrem trocas de substâncias entre o capilar e o líquido, e o sangue vai deixando de ser arterial para ser venoso.


O sangue venoso vai sendo reunido pela unificação dos capi­lares e desemboca numa veia que vai à cava, e assim por diante.


Assim, o sistema cardiovascular apresenta dois trajetos distin­tos: a pequena circulação, na qual o sangue sai do ventrículo direito e é levado ao pulmão para passar pela hematose e então de volta ao coração, e a grande circulação, na qual o sangue já oxigenado sai do ventrículo esquerdo para a artéria aorta, que o conduz para todos os outros órgãos do corpo e então de volta ao coração.
Pressão arterial


O bombeamento pelos ventrículos faz com que o sangue entre nas artérias sob pressão. As paredes das artérias respondem a essa pressão relaxando e aumentando de volume para acomodar mais sangue. Se as artérias não aumentarem de volume o suficiente para acomodar a quantidade de sangue que estão recebendo, a pressão em seu interior pode alcançar níveis perigosos, podendo ocorrer até ruptura de vasos.


Essa pressão exercida pelo sangue nas artérias é denominada pressão arterial e é determi­nada pelo volume de sangue bombeado pelo coração e pelo diâmetro dos vasos.


Em uma pessoa jovem saudável, a pressão observada durante a sístole ventricular, denomi­nada pressão sistólica (ou máxima), oscila em torno de 120 e 130 mmHg (milímetros de mer­cúrio; Hg é o símbolo químico do mercúrio). Durante a diástole ventricular a pressão fica em torno de 70 a 80 mmHg e é denominada pressão diastólica (ou mínima).


É comum acontecer elevações temporárias da pressão. Em uma discussão violenta, por exemplo, a pressão sistólica pode subir até 240 mmHg e a diastólica até 130 mmHg. Mas, quan­do a pressão sistólica se mantém constantemente acima de 140 mmHg e a diastólica acima de 90 mmHg, aparece um distúrbio orgânico denominado hipertensão.


No Brasil, mais de 10% da população é hipertensa, e muitas vezes as pessoas não tomam conhecimento de que são hipertensas por não apresentarem sintomas. Quando não tratada, a hipertensão pode causar complicações em vários órgãos do corpo, como sistema nervoso, rins, coração e artérias.


Com o avançar da idade, há tendência a um aumento progressivo da pressão arterial média. Isso acontece principalmente porque, com o passar do tempo, vão se acumulando substâncias que se depositam na parede interna dos vasos, o que diminui a elasticidade deles e também torna menor seu diâmetro. Isso dificulta o movimento do sangue e, portanto, aumenta a pres­são sanguínea e exige uma carga maior de trabalho do coração.
O sangue nas veias e o desmaio


O sangue nas veias é impulsionado pela contra­ção dos músculos esqueléticos próximos.


Quando um músculo se contrai, ele comprime uma veia próxima, e o sangue dentro dela é em­purrado para diante, pois as válvulas não permitem o retorno do sangue. Por isso, andar é bom para a circulação.


Quando uma pessoa permanece parada por muito tempo, como um soldado em solenidade, por exemplo, há uma redução no fluxo de sangue ao cérebro, pois os músculos das pernas não são con­traídos e o sangue tende a se acumular nelas pela ação da força da gravidade. Chega menor quanti­dade de sangue ao coração, e pouco sangue é en­viado ao cérebro, ocasionando um desmaio.


Ao desmaiar, a pessoa fica na horizontal, o que anula o efeito da força da gravidade. O sangue então passa a circular normalmente, e a pessoa recobra a consciência. Nesses casos, é recomendável que ela permaneça ainda algum tempo deitada, o que melhora o fluxo de san­gue no sistema nervoso central.


Desmaios também podem ocorrer por outras causas, mesmo emocionais, quando ocorre diminuição da frequência dos batimentos cardíacos e do rendimento do coração.


Não esqueça de dizer que achou da aula Fisiologia do Sistema Cardiovascular – Circulação nos comentários. Até a próxima aula.


Adaptado: P. Alan Calvet


http://planetabiologia.com/

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