quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Os antidepressivos podem detonar com a libido, deixando a pessoa totalmente desinteressada em sexo!
É comum a perda de libido em tratamentos com antidepressivos, principalmente quando se utiliza remédios conhecidos como inibidores seletivos de recaptura de serotonina (ISRSs), como a sertralina, o citalopram, a fluoxetina, a paroxina e o escitalopram. Esses tipos de drogas causam deterioração da atividade sexual (do desejo, excitação, ejaculação e clímax), devido a sua ação no sistema nervoso central. Enquanto a dopamina, um composto químico ligado ao prazer e a capacidade de concentração, melhora a atividade sexual, a serotonina inibe o desejo sexual. E porque isso ocorre?
Nosso cérebro possui bilhões de neurônios, que se comunicam através de substâncias químicas chamadas neurotransmissores, dopamina e serotonina são algumas destes. Como esses neurotransmissores regulam nossas emoções, e consequentemente proporcionam respostas fisiológicas, problemas na transmissão destes entre os neurônios podem acarretar ansiedade, depressão, dentre outros transtornos emocionais. Dentre os milhares de neurotransmissores, um dos mais importantes é a serotonina, pois influencia em quase todas as funções cerebrais, determinando se a pessoa está violenta, irritada, triste ou agressiva, regulando o sono, o humor, a sensação de saciedade, a libido, dentre outras coisas. Assim, os médicos receitam os antidepressivos justamente para aumentar a quantidade de um determinado neurotransmissor no cérebro (no caso dos ISRSs, a serotonina disponível), ajudando a controlar os quadros de depressão.
Porém, quando um antidepressivo age sobre o sistema nervoso central, poderá causar uma série de interferências direta ou indiretamente, como sedação, alteração da ação de neurotransmissores que intermedeiam o funcionamento dos órgãos sexuais, ou mesmo afetando os hormônios que regulam as funções sexuais. Essas alterações seriam o motivo da diminuição da libido. Em outras palavras, nosso cérebro, assim como todo nosso corpo, funciona em equilíbrio, e ao desregular determinados sistemas (como o de neurotransmissores), aumentando ou diminuindo suas concentrações, pode-se alterar outras funções. A utilização de antidepressivos é capaz de melhorar os quadros de depressão, mas também pode ocasionar efeitos colaterais, como é o caso da perda de libido. A serotonina quando em excesso causa a diminuição da libido, e por esse motivo muitos pacientes desistem do tratamento a longo prazo. Inclusive, essa classe de medicamentos são utilizados em pacientes com problemas de ejaculação precoce justamente por esse motivo.
Bem, se você têm depressão , é claro que você não deve parar a medicação. Mas é mais do que comprovado que o sexo é essencial para a felicidade pessoal e do casal. Então algumas alternativas, como conversar com o seu médico para trocar seu antidepressivo por um que iniba menos a sua libido, podem ser uma alternativa, pois existem classes de medicamentos que causam efeitos colaterais mais leves. Também é possível, desde que aconselhado por um especialista, que a diminuição da dosagem da medicação, interrupção momentânea ou mesmo o uso de medicações complementares, possam ajudar. Praticar exercícios físicos e cuidar da alimentação também são essenciais no combate a depressão e, consequentemente, para melhorar o desempenho sexual.
E qual o melhor antidepressivo? Não existe o melhor, apenas há aqueles que melhor se adaptam ao seu organismo, então é sempre bom procurar a opinião médica. Além disso, observe se a falta de libido está associada apenas ao antidepressivo, pois o uso de drogas como álcool e cigarro, medicações para tratamentos de outras doenças, dentre outros fatores, podem também influenciar. Você também deve buscar conhecer novas formas que estimulem a libido: solte sua imaginação e não deixe a depressão tirar o seu prazer! E sejamos otimistas, pois pesquisas têm sido realizadas para a elaboração de antidepressivos que causem menos efeitos colaterais como este.
( DIÁRIO DE BIOLOGIA ).
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