segunda-feira, 28 de março de 2016

GRIPE x H1N1 TEM DIFERENÇA?

GRIPE
O que é?
É uma infecção respiratória causada pelo vírus Influenza. Ela pode afetar milhões de pessoas a cada ano. É altamente contagiosa e ocorre mais no final do outono, inverno e início da primavera – de abril a setembro no hemisfério sul. Também é responsável por várias ausências ao trabalho e à escola, além de poder levar à pneumonia, hospitalização e morte. As epidemias de gripe normalmente tem seu pico em duas semanas e duram 2 a 3 meses.
Existem três tipos deste vírus: A, B e C. O vírus Influenza A pode infectar humanos e outros animais, enquanto que o Influenza B e C infecta só humanos. O tipo C causa uma gripe muito leve e não causa epidemias.
De uma maneira geral, o vírus influenza ocorre de maneira epidêmica uma vez por ano. Qualquer pessoa pode se gripar. Contudo, as pessoas com alguma doença respiratória crônica, com fraqueza imunológica, imunidade enfraquecida e idosos têm uma tendência a infecções mais graves com possibilidade de complicações fatais.
Os sintomas da gripe são mais graves do que os do resfriado.
O vírus Influenza tem uma "capa" (revestimento) que se modifica constantemente. Isto faz com que o organismo das pessoas tenha dificuldade para se defender das agressões deste microorganismo, ficando também difícil desenvolver vacinas para proteção contra a infecção causada por ele.
Por isso, a gripe é um dos maiores problemas de saúde pública.


Como se desenvolve?
Diferentemente do resfriado que, na maioria das vezes, se dissemina pelo contato direto entre as pessoas, o vírus Influenza se dissemina, principalmente, pelo ar. Quando a pessoa gripada espirra, tosse ou fala, gotículas com o vírus ficam dispersas no ar por um tempo suficiente para ser inaladas por outra pessoa.
No revestimento do nariz da pessoa que foi contaminada, ele se reproduz e se dissemina para a garganta e para o restante das vias aéreas, que inclui os pulmões, causando os sintomas da gripe.
Menos freqüentemente, a doença se dissemina pelo toque (mão contaminada com o vírus) do doente na mão de um indivíduo sadio que, ao levar a mão à boca ou ao nariz, se contamina.
Um dia antes da pessoa experimentar os sintomas da doença, ela já pode contagiar outras. Poderá contaminar por até 7 dias após início dos sintomas - crianças até mais que isso.
O que se sente?
Gripe não é resfriado. A gripe é uma doença com início súbito e mais grave que o resfriado comum. Ela compromete de maneira significativa o estado geral da pessoa, diferentemente do resfriado que geralmente só compromete o nariz e a garganta. O período de incubação – tempo entre o contágio e o início dos sintomas da doença – é de 1 a 4 dias.
Sintomas:
febre
calafrios
suor excessivo
tosse seca - pode durar mais de duas semanas
dores musculares e articulares (dores no corpo) - podem durar de 3 a 5 dias
fadiga - pode levar mais de duas semanas para desaparecer
mal-estar
dor de cabeça
nariz obstruído
irritação na garganta
Alguns ou todos os sintomas supracitados podem estar presentes.
A doença costuma ceder completamente dentro de uma ou duas semanas. A febre pode durar 3-8 dias.
Nos idosos, a fraqueza causada pela gripe poderá durar várias semanas.
Geralmente, a gripe cursa sem complicações e é autolimitada. No entanto, uma das complicações possíveis é a pneumonia – normalmente, não pelo vírus Influenza, mas por uma bactéria (pneumococo ou estafilococo, geralmente).
Além da pneumonia, outras infecções como sinusite, otite e bronquite (infecção dos brônquios – “canos” que espalham o ar nos pulmões) também são complicações possíveis. As pessoas com mais de 65 anos, de qualquer idade com alguma doença crônica e as crianças muito pequenas tem uma probabilidade maior de desenvolver complicações de uma gripe. Por outro lado, a gripe pode também desencadear uma piora em pessoas asmáticas ou com bronquite crônica e piora da condição de uma pessoa com insuficiência do coração, por exemplo. Existem outras complicações infreqüentes e graves que podem ocorrer.
Como o médico faz o diagnóstico?
O médico faz o diagnóstico através dos sinais e sintomas referidos pelo paciente e com o auxílio do exame físico. Contudo, isto não é fácil já que os sintomas iniciais da doença podem ser similares àqueles causados por outros microorganismos em outras doenças. Por isso, existem exames que podem ser feitos – só são usados em casos de epidemias ou quando o médico julgar importante para o manejo da situação – para confirmar a doença. Estes exames podem ser realizados com a análise da secreção respiratória (um “raspado” da garganta feito com um cotonete ou uma secreção do nariz) nos 4 primeiros dias da enfermidade ou através de exame de sangue. Existem também os chamados testes rápidos (detecção do antígeno viral) que podem confirmar a doença dentro de 24 horas.
Se o médico suspeitar de complicações causadas pelo vírus influenza, também poderá solicitar estes testes complementares.
A radiografia do tórax também auxiliará o médico quando este suspeitar de uma pneumonia como complicação da gripe ou de outro diagnóstico. Contudo, nem sempre será fácil para o médico diferenciar entre uma pneumonia causada pelo próprio vírus da gripe e uma pneumonia bacteriana pós-gripe, apesar dos exames complementares disponíveis.
Como se trata?
Caso os sintomas da doença tenham se apresentado a menos de dois dias, o doente poderá discutir com o seu médico a possibilidade de se usar um tratamento anti-viral.
O indivíduo enfermo deverá fazer repouso, evitar o uso de álcool ou fumo, procurar se alimentar bem e tomar bastante líquidos, além de usar medicações para a febre e para a dor e, também, para a melhora dos sintomas do nariz, como a coriza (corrimento do nariz) ou congestão nasal.
Retorno às atividades normais somente após os sintomas terem ido embora.
Para combater e prevenir a gripe pelo vírus influenza do tipo A, a amantadina poderá ser empregada em crianças com mais de 1 ano de idade. A rimantadina é outra opção nestes casos. Entretanto, para tratamento ela só poderá ser usada em adultos. Estes dois medicamentos anti-virais podem ajudar no processo de cura desde que utilizados nas primeiras 48 horas da doença.
Existem novos anti-virais eficazes chamados de inibidores da neuraminidase , que têm a vantagem de, além de combater o vírus A, tratar a doença causada pelo vírus B. Também devem ser iniciados dentro das primeiras 48h da doença para serem eficazes. Podem ser usados por comprimido ou xarope, ou via inalatória.
Como se previne?
A melhor maneira de se proteger da gripe é fazer a vacinação anual contra o Influenza antes de iniciar o inverno, época em que ocorrem mais casos. Ela pode ajudar a prevenir os casos de gripe ou, pelo menos, diminuir a gravidade da doença. Sua efetividade entre adultos jovens é de 70-90%. Cai para 30-40% em idosos muito frágeis – isso porque estes têm pouca capacidade de desenvolver anticorpos protetores após a imunização (vacinação). Contudo, mesmo nesses casos, a vacinação conseguiu proteger contra complicações graves da doença como as hospitalizações e as mortes. A proteção da vacina também dependerá da similaridade da cepa viral que foi utilizada na vacina e da que está circulante no ano.
A vacina nos adultos e crianças maiores é aplicada no músculo do ombro e nas crianças menores é aplicada na coxa. Nas crianças menores de 9 anos que estão recebendo a vacina pela primeira vez, deve-se fazer duas doses da vacina com um intervalo de 1 mês. Uma a duas semanas após a vacinação, anticorpos já são produzidos pelo organismo e a proteção inicia.
Normalmente, a vacinação é bem tolerada. Os efeitos indesejáveis mais freqüentes são a dor e vermelhidão no local da injeção. Em menos de 5% dos vacinados, febre baixa, dor de cabeça ou dor no corpo podem ocorrer 8-24h após a vacinação. Outros efeitos adversos são muito raros.
Devemos salientar que a vacinação não causa a doença, uma vez que é composta por vírus mortos. Atualmente, se estuda o uso de uma vacina para aplicação dentro do nariz.Conforme determinação do Ministério da Saúde.
VACINAR
todas as pessoas com 60 anos ou mais
pessoas adultas (mesmo grávidas ou amamentando) ou com mais de 6 meses de idade portadoras de doenças crônicas do coração, pulmões ou rins
desabrigados, co-habitantes de pessoas de alto risco (incluindo crianças a partir dos 6 meses), diabéticos e pessoas com doenças da hemoglobina (do sangue)
pessoas imunocomprometidas: com câncer, infecção pelo HIV, transplantados de órgãos ou que receberam corticóides, quimioterapia ou radioterapia
residentes de clínicas, indivíduos com internações prolongadas, trabalhadores da área da saúde e moradores de asilo
familiares e pessoas que lidam com indivíduos com alto risco de ficarem doentes
gestantes no segundo ou terceiro trimestre durante época do ano em que a gripe é freqüente ou grávidas que tenham alguma condição médica que represente um maior risco de complicação após uma gripe
crianças entre 6 meses e 18 anos que fazem uso de ácido acetilsalicílico a longo prazo (têm uma chance de apresentar uma complicação grave chamada Síndrome de Reye após uma gripe)
NÃO VACINAR
pessoas que tiveram uma reação prévia a esta vacina contra a gripe
pessoas que já tiveram uma reação alérgica a ovos de galinha, neomicina ou timerosal
indivíduos que tiveram uma desordem caracterizada por paralisia chamada de Síndrome de Guillain-Barré, em que se suspeitou que tivesse sido após uma vacina anti-Influenza
pessoas com alguma doença febril atual
primeiro trimestre da gravidez
Além da vacinação, os anti-virais podem ser usados como preventivos quando indicados pelo seu medico.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
A pessoa gripada deverá ficar afastada de suas atividades normais por quanto tempo?
O indivíduo que se vacinou contra a gripe poderá apresentar a doença no mesmo ano?
O que é ‘antigenic drift’ e ‘antigenic shift’?
O adulto sadio com menos de 60 anos pode se beneficiar do uso da vacina anual?
O uso de vitamina C pode ajudar no tratamento ou prevenção da doença? 




GRIPE INFLUENZA A H1N1
Sinônimos: gripe do porco; gripe A
O que é?
É uma doença causada por uma das mutações (geralmente H1N1) do vírus Influenza A. Portanto, é um vírus novo, com material genético desconhecido para o sistema imunológico das pessoas. Este novo vírus surgiu devido a uma grande variação antigênica do vírus Influenza.
Tal fenômeno acontece a intervalos irregulares que variam de 10 a 40 anos. É uma doença respiratória aguda, altamente contagiosa, que afetou todo o mundo rapidamente em 2009 porque as pessoas não tinham imunidade contra ele. A OMS fez alerta de pandemia (alerta epidemiológico nível 6) em 11/06/2009 pela gravidade da situação.
O relatório anunciou 17 mil mortes de norte-americanos, sendo 1800 crianças até agora. O CDC estima que 41 a 84 milhões de casos de H1N1 ocorreram entre abril de 2009 e 16 de janeiro de 2010.Já nos porcos, a doença é considerada endêmica nos Estados Unidos, e surtos ocorreram na América do Norte e do Sul, Europa, África e partes do leste da Ásia.
Como ocorre?
O vírus se dissemina entre os porcos por aerosol da secreção respiratória destes pelo contato direto ou indireto. Eles podem ser infectados por vírus Influenza das aves, de humanos bem como de Influenza suíno. Os porcos podem ser infectados ao mesmo tempo por mais de um tipo de vírus, o que permite que estes se misturem.A infecção em humanos por Influenza suíno pode ocorrer em casos isolados ou surtos.Esta doença pode surgir após contato da pessoa sadia com porco infectado ou de pessoa sadia com pessoa infectada. No entanto, neste momento não há qualquer confirmacão de transmissão entre porcos e humanos.
Assim, como na gripe comum, o contágio entre as pessoas se dá através de secreções respiratórias como gotículas de saliva ao falar, espirrar ou tossir. Uma pessoa pode infectar outra desde um dia antes da doença aparecer até 7 dias (crianças até mais que isso) após sua resolução.Após contato com vírus, o indivíduo pode levar de 1 a 4 dias para começar a apresentar os sinais e sintomas da doença. 
O que se sente?
Os sintomas lembram os sintomas da gripe. O individuo afetado pode ter início abrupto de febre alta associado à tosse, dores musculares e nas articulações (“juntas”), dor de cabeça, prostração, coriza, garganta inflamada, calafrios e, às vezes, vômitos e diarreia. A doença pode evoluir para falta de ar e insuficiência respiratória seguida de morte. Contudo, a grande maioria dos casos evolui espontaneamente para cura sem apresentar complicações.
Como se evita?
Estes casos de gripe suína podem ocorrer em qualquer época do ano. Contudo, tem incidência maior no outono-inverno nas zonas temperadas do globo. Muitos países vacinam rotineiramente as populações suínas contra este vírus.
Não há problemas em ingerir carne de porco ou produtos derivados dela (salame, por exemplo).
A doença não é contraída desta forma.
Para as pessoas que lidam diariamente com porcos, recomenda-se a prática de uma boa higiene, essencial sempre em todo contato com animais, especialmente durante abate, pós-abate e manuseio para prevenir exposição a estes agentes de doença. Animais doentes ou que tenham morrido de doença não devem ser processados nos abatedouros, e as autoridades competentes devem ser informadas sobre quaisquer eventos relevantes.
Para protecão pessoal devem ser utilizadas algumas medidas preventivas:
evitar contato íntimo com pessoas que não estejam bem e que tenham febre ou tosse;
lavar as mãos com água e sabão frequentemente e quando necessário;
manter hábitos saudáveis como se alimentar corretamente, realizar atividades fisicas e manter sono adequado.

Se houver uma pessoa doente na mesma casa:
deixar um aposento separado para o doente. Se isso não for possível, este deve manter-se a uma distância de 1 metro pelo menos dos outros;
deve-se cobrir boca e nariz ao entrar em contato com o doente. Máscaras podem ser usadas com esta finalidade e depois dispensadas;
lavagem de mãos após contato com o doente;
não compartilhar utensilios como copos, toalhas, alimentos ou objeto de uso pessoal;
deixar o local onde o doente está bem arejado. Deixar portas e janelas abertas para circular o ar;
manter os utensílios domésticos limpos;
O doente deverá também cobrir a boca e nariz com lenço ao tossir e espirrar. A lavagem de mãos deve frequente e, principalmente, após tossir ou espirrar será importante para prevenir o contágio de outras pessoas. Por essa mesma razão, durante a doença, recomende familiares e amigos para que não visite o doente.

As pessoas devem se manter atualizadas sobre o problema através de boletins da OMS.
Como se trata?
A maioria dos casos de gripe suína se recuperam completamente da doença sem a necessidade de suporte hospitalar ou de antivirais.Alguns casos ocorridos nos Estados Unidos de gripe suína em humanos foram sensíveis ao uso de oseltamivir e zanamivir, mas, resistentes à amantadina e remantadina. Ou seja, estes últimos não foram eficazes.Entretanto, ainda não existem informações suficientes que recomendem o uso rotineiro de antivirais nos casos de gripe suína. Há relatos de depósitos destes antivirais pelo governo em caso de necessidade e vários laboratórios da Europa e da America do Norte têm permissão para produção de tais medicações. Existem relatos de sucesso usando oseltamivir em tempo hábil (dentro de 48h após início dos sintomas) mesmo em casos graves. O doente deverá ficar em casa, afastado do trabalho ou escola e evitar locais com acúmulo de pessoas durante a doença. Repouso e manter boa hidratacão também será importante durante sua recuperação.
Como o médico faz o diagnóstico?
A suspeita é feita naquelas pessoas com quadro de sinais e sintomas compatíveis. Nestes casos deverão serão coletados um aspirado nasofaríngeo através de kit específico disponíveis em locais que atendam casos suspeitos
Perguntas que você poderá fazer ao seu médico:
O que é uma transmissão sustentada entre humanos?
Qual a diferença entre caso provável e caso confirmado?
Podem ser realizadas duas vacinas injetáveis (por injeção) ao mesmo tempo? 






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