Excesso de cafeína
Para muitas pessoas, uma xícara de café parece ser a solução para problemas de sono, falta de criatividade, nervosismo e por aí vai. Na realidade, por mais controverso que pareça, beber café demais pode deixar você com uma sensação forte de cansaço.
A cafeína é uma substância estimulante que, quando ingerida, faz com que o cérebro produza adrenalina e cortisol, hormônios ligados ao stress. No final das contas, beber café ou chás que contenham cafeína acaba por fazer com que o corpo reaja como se estivesse diante de um perigo eminente.
De acordo com a nutricionista Marilyn Glenville, ingerir uma xícara de café ou chá faz com que a pessoa se sinta energizada e alerta. Doses acima disso já desregulam os níveis de açúcar no organismo, e a sensação de cansaço toma conta. O que acontece na sequência? A pessoa toma outra xícara de café e o ciclo continua sem pausa.
Por mais bizarro que pareça, se você for uma pessoa que bebe muito café com a desculpa de que precisa ficar acordada, saiba que, em longo prazo, deixar de consumir a bebida pode fazer com que você tenha mais disposição.
Como cafeína é uma substância que causa dependência – tem gente que fica com dor de cabeça se não toma café –, o ideal é deixar de consumir a bebida aos poucos.
Logo pela manhã, você acorda e não pensa em outra coisa senão tomar o primeiro café do dia. Um bom cafezinho é sempre uma delícia. Mas, em toda a jornada diária, a cafeína estará presente, nos coffee-breaks, encontros, reuniões… Estas doses contínuas podem nos deixar mais atentos?
Segundo estudos do Departamento Experimental de Psicologia da Universidade de Bristol, no Reino Unido, não. O café tem diversas propriedades. Um café bem gostoso, passado na hora, tem muito valor. Mas o fato é que os apaixonados por café não ficam mais despertos que as demais pessoas, que bebem apenas “socialmente”, sem o objetivo de acordar ao longo do dia.
Segundo Peter Rogers, autor do estudo, não existe uma real conexão entre cafeína e disposição. Quem tem o costume de consumir café em busca da sensação de alerta estaria passando apenas por uma espécie de síndrome de abstinência, diz o especialista.
Foram avaliados 162 voluntários que consomem menos de 40mg por dia. Também foram acompanhados 216 indivíduos “viciados” em café. Após 16 horas sem consumo, os cientistas deram uma dose de cafeína e um placebo para todos eles. Submetidos a testes de atenção e memória, o nível de alerta nos “viciados” não estava mais elevado que nos demais voluntários. Ou seja, a cafeína não provou ser realmente um “despertador mental”.
Por que abstinência? O uso do termo é correto. Dores de cabeça e desatenção acometeram os indivíduos “viciados” que consumiram conscientemente o placebo durante a pesquisa. Logo, prova-se que os sintomas têm origem psicossomática.
De fato, o café é estimulante. Mas seria recomendável apenas para os sonolentos, segundo a neurologista Teresa Paiva, especialista em fisiologia do sono. Além das limitações apresentadas por quem dorme mal, o uso do café como “energético” não tem sua eficácia comprovada.
A conclusão é que nada tem melhor desempenho do que uma boa alimentação, qualidade de sono e exercícios físicos, juntos, para acordar bem disposto e, consequentemente, ter um dia mais “ligado”. Investir em alimentos como chás, gengibre, maracujá e alface, que acalmam e retiram os sintomas de ansiedade podem dar uma boa noite de sono para você, dispensando a necessidade de repetidas doses de cafeína no dia seguinte.
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Acredite. Tudo isso é mais vantajoso do que consumir produtos que mascarem o real motivo da indisposição: a falta de descanso e de uma alimentação balanceada.
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Acredite. Tudo isso é mais vantajoso do que consumir produtos que mascarem o real motivo da indisposição: a falta de descanso e de uma alimentação balanceada.
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