terça-feira, 3 de novembro de 2015

Neurótica: Sistema Nervoso Autônomo – Simpático e Parassimpático, o que são e como atuam?

O sistema nervoso autônomo (também chamado sistema neurovegetativo ou sistema nervoso visceral) está mais relacionado ao controle e comunicação interna do organismo, a vida vegetativa, baseado no controle de vasos sangüíneos, vísceras, glândulas, respiração, regulação de temperatura e digestão.
No entanto, ele não se restringe a isso. É também o principal responsável pelo controle automático do corpo frente às modificações do ambiente. Por exemplo, quando o indivíduo entra em uma sala com um ar-condicionado que lhe dá frio, o sistema nervoso autônomo começa a agir, tentando impedir uma queda de temperatura corporal. Dessa maneira, seus pelos se arrepiam (devido a contração do músculo pilo-eretor) e ele começa a tremer para gerar calor. Ao mesmo tempo ocorre vasoconstrição nas extremidades para impedir a dissipação do calor para o meio. Essas medidas, aliadas à sensação desagradável de frio, foram as principais responsáveis pela sobrevivência de espécies em condições que deveriam impedir o funcionamento de um organismo. Dessa maneira, pode-se perceber que o organismo possui um mecanismo que permite ajustes corporais, mantendo assim o equilíbrio do corpo: a homeostasia.
O sistema nervoso autônomo (SNA) ajuda muito nesse controle porque é o responsável, entre outras funções, pelas respostas reflexas (de natureza automática), controla a musculatura lisa, a musculatura cardíaca e as glândulas exócrinas e permite o aumento dapressão arterial, o aumento da freqüência respiratória, os movimentos peristálticos, a excreção de determinadas substâncias.
Apesar de se chamar sistema nervoso autônomo, ele não é independente do restante do sistema nervoso. Na verdade, ele é interligado com o hipotálamo, que coordena a resposta comportamental para garantir a homeostasia.
Sabe-se que o SNA é constituído por um conjunto de neurônios que se encontram na medula e no tronco encefálico.
No sistema nervoso, um receptor, capaz de identificar ou perceber uma  perturbação inicial; e normalmente, estes receptores são um tanto quanto específicos. Estes receptores se configuram como órgãos, que tem como função, conduzir um  processo denominado transdução. A transdução é a transformação de estímulos  físicos em potenciais de ação. Essa é a linguagem com a qual nosso organismo percebe  a maioria dos sinais, a forma com a qual o sistema nervoso funciona Sistema chamado de alça de retro-alimentação negativa.
O sistema nervoso autônomo
A organização estrutural do ramo eferente do SNA consiste num afluxo constituído de dois neurônios, em que os axônios pré-ganglionares que surgem dos corpos celulares no eixo cerebroespinhal fazem sinapses com fibras pós-ganglionares que se originam nos gânglios autônomos, fora do SNC. O SNA é dividido em duas partes:
Sistema nervoso simpático (toracolombar) e o Sistema nervoso parassimpático (craniossacral).
Trata-se de uma divisão baseada nas características anatômicas de cada divisão e nas funções que cada uma delas desempenha.
Alguns órgãos são duplamente inervados pelos sistemas nervosos simpáticos e parassimpáticos – a exemplo das glândulas salivares, do coração, dos pulmões (músculo brônquico), das vísceras abdominais e pélvicas – enquanto outros órgãos só recebem inervação de um sistema. As glândulas sudoríparas, a medula suprarrenal, os músculos piloeretores e a maioria dos vasos sangüíneos são inervados apenas pelo sistema nervoso simpático. Por outro lado, o parênquima das glândulas paróditas, lacrimais e nasofaríngeas são inervados apenas por fibras parassimpáticas.
Quando estímulos internos sinalizam a necessidade de uma determinada regulação, o SNC ativa o sistema  autônomo, que realiza as ações compensatórias. Como exemplo, quando há um súbito aumento da pressão arterial, o conjunto de barorreceptores (receptores de pressão cardíaca) acionam o sistema nervoso  autônomo, para que este possa restabelecer a pressão aos níveis de antes da perturbação.
O sistema nervoso autônomo não responde apenas a estímulos internos; ele está apto também a participar de respostas apropriadas e coordenadas a estímulos externos. Como exemplo, o sistema nervoso autônomo atua na regulação do tamanho de pupila, em resposta a diferentes níveis de exposição à luz. Outro exemplo extremo de interação  do sistema nervoso autônomo e o meio externo, está caracterizado na resposta de “luta  ou fuga ”, quando uma ameaça ativa intensamente o sistema nervoso  simpático. Como conseqüência desta ativação, podem ser percebidas as seguintes respostas:  hormônios da supra-renal são liberados;  pressão arterial e a freqüência cardíaca aumentam;  brônquios se dilatam;  motilidade e as secreções intestinais são inibidas; metabolismo da glicose aumenta; pupilas dilatam-se;
pêlos ficam eretos, em função dos músculos piloeretores; vasos esplâncnicos sofrem constrição; vasos da musculatura esquelética dilatam-se.
Acompanhando as fibras motoras autonômicas, nos nervos periféricos, estão as aferentes viscerais, que se originam de receptores sensoriais nas vísceras. Muitos destes receptores provocam reflexos, porém eles estão habilitados a provocar experiências  sensoriais tais como dor, fome, sede, náuseas e uma sensação de distensão visceral.
A organização do sistema nervoso autônomo
A unidade funcional primária dos sistemas nervoso simpático e parassimpático consiste de uma via motora formada por dois neurônios, um pré-ganglionar e um neurônio pós-ganglionar. O neurônio pré-ganglionar tem o corpo celular localizado no SNC, e o neurônio pós-ganglionar tem o seu corpo celular num gânglio autonômico.
No sistema nervoso simpático, os neurônios pré-ganglionares estão localizados nos segmentos torácicos e lombares altos da medula espinhal, fazendo com que ele seja também denominado de divisão toracolombar do sistema nervoso autônomo. Em  contrapartida, os neurônios pré-ganglionares do sistema parassimpático são  encontrados no tronco encefálico e na medula espinhal sacral, fazendo com que ele seja também denominado de divisão craniossacral do sistema nervoso autônomo.
Os neurônios pré-ganglionares do sistema simpático encontram-se localizados, preferencialmente, na coluna intermédio-lateral da medula espinhal em seus segmentos torácicos e lombares altos. Os axônios pré-ganglionares saem da medula espinhal pela raiz ventral entrando num gânglio paravertebral através de um ramo comunicante branco. De uma maneira geral, as fibras pré-ganglionares são fibras mielinizadas, enquanto as pós-ganglionares são geralmente não-mielinizadas. Em geral, os neurônios pré-ganglionares simpáticos distribuem-se para gânglios simpáticos ipsilaterais. Desta forma, eles controlam a função autonômica do mesmo lado do corpo. A exceção a esta regra é observada no intestino e nas vísceras pélvicas, onde a inervação simpática é bilateral.
Os neurônios pré-ganglionares do didtema parassimpático, estão localizados em vários núcleos de nervos cranianos no tronco encefálico, bem como na região intermediária dos segmentos S3 e S4 da medula espinhal sacral; os neurônios pós-ganglionares encontram-se localizados próximo ou mesmo nas paredes das vísceras torácicas, abdominais e pélvicas. As fibras aferentes viscerais São aquelas que trazem os estímulos que, em sua maioria, se originam dos receptores sensoriais das vísceras. A atividade destes receptores jamais chega ao nível da consciência, pois elas formam alças aferentes de arcos reflexos, fundamentais para a manutenção da homeostasia.
As fibras aferentes viscerais
As fibras nervosas do sistema nervoso autônomo fazem sinapse num gânglio antes de atingirem o órgão alvo, sendo assim chamadas de fibras pré-ganglionares e fibras pós-ganglionares. As fibras pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo (simpáticas e parassimpáticas) liberam o neurotransmissor acetilcolina no gânglio autonômico e são chamadas de fibras colinérgicas. As fibras pós-ganglionares
parassimpáticas são também colinérgicas, mas as fibras pós-ganglionares simpáticas podem ser tanto colinérgicas como adrenérgicas (liberam noradrenalina ou adrenalina). A maioria da fibras pós-ganglionares simpáticas, sem dúvidas, são do tipo adrenérgicas.

Uma importante característica anatômica do sistema simpático é ter as fibras pré-ganglionares bastante curtas em comparação com as fibras pós-ganglionares.  O sistema nervoso parassimpático, considerado como sistema nervoso autônomo cranio-sacral, possui fibras pré-ganglionares muito longas que emergem do encéfalo ou dos segmentos sacrais. As fibras pré-ganglionares do sistema nervoso parassimpático vão até o órgão-alvo e lá, encontram gânglios bastante próximos da parede do órgão , e ali fazem sinapse com a fibra pós-ganglionar. As fibras pós-ganglionares inervam a própria estrutura (musculatura lisa) do órgão. Um bom exemplo ocorre no tubo gastrintestinal, entre as lâminas de músculo liso, onde é formado um plexo denominado mioentérico. Este plexo é composto por uma enorme rede de gânglios e fibras, que são encontradas entre as camadas musculares do tubo gastrintestinal.

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